Covid-19. AstraZeneca avança com ensaio extra para validar eficácia da vacina
26-11-2020 - 21:54
 • Lusa

Entrevistado pela Bloomberg, o presidente da farmacêutica admite que os testes adicionais não deverão atrasar a aprovação da vacina por parte das entidades reguladoras da saúde do Reino Unido e da União Europeia.

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A AstraZeneca vai realizar um "estudo adicional" para validar os resultados da eficácia da vacina contra o novo coronavírus.

Em causa, de acordo com a farmacêutica, estão mudanças imprevistas na dosagem no primeiro ensaio clínico.

Em entrevista à agência Bloomberg, o presidente da empresa, Pascal Soriot, disse não ser de esperar que estes novos testes atrasem a aprovação da vacina por parte das entidades reguladoras da saúde do Reino Unido e da União Europeia.

A AstraZeneca e a Universidade de Oxford publicaram os resultados preliminares da fase três do seu estudo clínico esta semana.

Um grupo de voluntários recebeu a dose completa da vacina, com um resultado de 62% de eficácia, enquanto outro tomou meia dose, seguida de uma completa um mês depois, um método que demonstrou ter 90% de eficácia.

Esta quinta-feira, Oxford admitiu que não estava inicialmente previsto inocular meia dosagem da vacina a qualquer voluntário e que isso foi fruto de um erro no processo de fabrico do produto.

Assim que foi detetada que a primeira vacina tinha começado a ser inoculada com uma concentração abaixo da planeada foi decidido alterar o protocolo do estudo, de acordo com o "órgão regulador" de saúde, informou a universidade numa nota.

"Agora que descobrimos o que parece ser a fórmula mais eficaz, precisamos de a validar através de um estudo adicional", afirmou Soriot.

O responsável da AstraZeneca explicou também que, provavelmente, será feito um novo "estudo internacional", embora tenha garantido que "pode ser mais rápido" que os anteriores, dado que os investigadores já sabem que a eficácia da vacina é "elevada" e precisam de "um número reduzido de pacientes".

Soriot ressalvou que a autorização para iniciar a vacinação em alguns países continua prevista para antes do final do ano, embora nos Estados Unidos o processo seja mais demorado, já que os testes foram realizados fora daquele país.