O incêndio que lavra em Monchique desde o início da tarde desta sexta-feira obrigou à retirada de habitantes do sítio das Taipas, a sul da Perna da Negra, local onde deflagrou o fogo, disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil.
De acordo com fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro, que não conseguiu precisar o número de pessoas retiradas, a população foi "deslocada de forma preventiva para ficar em segurança".
Pelas 17h00, as duas frentes de fogo estavam a ser combatidas por um total de 413 operacionais, apoiados por 112 veículos e nove meios aéreos, tratando-se de um incêndio "complexo", numa zona onde "há muito vento" e cujos acessos "são difíceis".
Uma zona rural do concelho de Monchique já tinha sido atingida por um incêndio na quinta-feira à tarde, dominado cerca de duas horas depois após um combate travado por 113 homens e seis meios aéreos.
Autarca diz que fogo não ameaçou pessoas nem causou danos
O incêndio não está a ameaçar habitações nem pessoas, nem causou danos materiais até agora, segundo o presidente da Câmara de Monchique.
"O início do incêndio foi exatamente na zona das Taipas, onde existem algumas casas, mas o fogo progrediu no sentido exatamente contrário às habitações", afirmou Rui André, acrescentando que os habitantes saíram da povoação por iniciativa própria.
Segundo o autarca de Monchique, havia inicialmente a informação de que estava uma casa ameaçada pelas chamas, mas depois essa situação não se verificou, numa referência a uma informação avançada por uma fonte da Proteção Civil e que deu conta da retirada de pessoas das Taipas "por precaução".
O presidente da Câmara algarvia explicou que "uma das frentes de fogo está a seguir no sentido de uma plantação recente de eucaliptos" e que essa zona "pode ser uma oportunidade para tentar parar aí o fogo".
"A outra frente deflagra com alguma intensidade e essa, sim, está a dar-nos algumas preocupações", referiu, acrescentando esperar, contudo, que o fogo possa ser dominado "até ao final do dia".
Rui André disse ainda que estão neste momento a ser posicionadas máquinas de rasto para abrir zonas de contenção e tentar travar o fogo nessas áreas.
O autarca referiu ainda que houve três elementos das forças de combate que ficaram "inoperacionais por indisposição", devido às condições de calor que se fazem sentir no combate ao fogo.
30 fogos e novos alertas
Mais de 30 fogos ativos estão a ser combatidos esta tarde por centenas de homens em Portugal continental, avança a Autoridade Nacional de Proteção Civil no seu site. Alguns, como a da serra de Monchique e outro na Guarda, preocupam mais as autoridades pela sua dimensão e meios envolvidos no combate às chamas.
Face à onda de calor que afeta o país pelo menos até domingo, com temperaturas máximas acima dos 40.º e que na quinta-feira na bateram recordes históricos, a Proteção Civil estendeu o estado de alerta especial relativo aos meios de combate a incêndio aos distritos do Porto, Leiria, Aveiro, Braga, Viana do Castelo e Coimbra.
Este ano, o dispositivo de combate a fogos florestais engloba 56 meios aéreos (incluindo um na Madeira), cerca de 11 mil operacionais e mais de três mil meios terrestres (nomeadamente viaturas).
[Notícia atualizada às 18h59]