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O prejuízo económico das famílias portuguesas desde o início das medidas de restrição já soma 1,4 mil milhões de euros. A DECO, uma associação de defesa do consumidor, levou a cabo um inquérito que revela que, em média, cada família deixou de ganhar 581 euros e uma em cada dez perdeu rendimentos superiores a mil euros.
Quem teve danos financeiros, provocados, por exemplo, por atividades pagas e não realizadas, ficou, em média, com menos 763 euros. Tudo junto e extrapolando para o conjunto das famílias portuguesas, as contas apontam para um prejuízo de 1,4 mil milhões de euros.
Só 12% dos possíveis contaminados ficaram em casa
O inquérito da DECO revela, no entanto, outros dados preocupantes. Por exemplo, entre as pessoas que apresentaram sintomas suspeitos de Covid-19, apenas 13% dos inquiridos seguiram a indicação da Direção-Geral de Saúde e ligaram para a Linha Saúde 24.
Sete por cento confessaram que se dirigiram diretamente aos serviços de urgência dos hospitais. A grande maioria não procurou os serviços de saúde (77%), mas desses, apenas 12% ficaram em casa.
O inquérito da DECO foi realizado ainda antes da declaração do estado de emergência, mas já depois de o isolamento social ter sido bastante aconselhado e constatou que apenas 68% das pessoas ouvidas indicaram cumprir à risca as recomendações relativas à permanência em casa. Neste capítulo, as mulheres mostram-se mais cumpridoras que os homens e os lisboetas (74%), mais caseiros que os portuenses (67%).
Entre os que se consideram respeitadores das ordens de confinamento, há ainda quem considere que basta evitar o convívio com familiares e amigos (63%). 81% não vê problema em sair de casa desde que o faça dentro dos limites da sua localidade.
Aborrecidos, sozinhos e ansiosos
A Associação de Defesa do Consumidor analisou ainda os efeitos do isolamento, que parece ser mais penoso para os mais novos, particularmente até aos 38 anos: 17% dos inquiridos dizem sentir-se aborrecidos com frequência, e 8% queixam-se de solidão.
A saúde mental de quem vive, por estes dias, confinado a casa, também começa a sofrer os seus efeitos.
Cerca de um quinto dos portugueses, com destaque para as mulheres, diz que a ansiedade e o medo fazem parte do seu dia-a-dia. As inquiridas entre os 25 e os 41 anos são as que se revelam mais assustadas. É também o sexo feminino que aponta mais dificuldades em dormir.
Este estudo foi realizado entre 18 e 20 de março, através de um questionário online enviado para uma amostra da população adulta portuguesa. Teve por base 1002 respostas, que foram ponderadas pelas variáveis sexo, idade, região e nível educacional, por forma a refletirem a realidade nacional.