O bispo de Leiria-Fátima reconheceu que a situação pós-eleitoral é “crítica” e defendeu que os líderes partidários devem garantir um clima de estabilidade para que o país possa apostar no “crescimento económico” e na “erradicação de pobreza”.
Em conferência de imprensa no Santuário de Fátima, ao responder a questões sobre os resultados das Legislativas de 4 de Outubro e a consequente formação de Governo, que está a ser negociada, o responsável retomou as preocupações reveladas pelo conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) perante um momento de “alguma incerteza e ansiedade”.
“É uma situação, diríamos, crítica para o país, que espera sair de uma crise e, por conseguinte, apelamos aos responsáveis políticos para que neste processo manifestem uma profunda responsabilidade pelo bem comum de todo o país, que os leve a colocar o interesse nacional acima de todos os interesses partidários”, declarou o vice-presidente da CEP.
D. António Marto manifestou a esperança de que os líderes encontrem o caminho mais correcto, de modo a que “possam garantir um clima de estabilidade para que o país possa progredir e responder aos problemas mais prementes, como seja a erradicação da pobreza e o crescimento económico para poder também aumentar as oportunidades do emprego e de trabalho”.
“Não compete à Igreja ou a qualquer bispo propor soluções políticas, simplesmente ninguém pode ficar alheio ou meramente neutral diante desta situação”, explicou.
Saudou depois a atribuição do Prémio Nobel da Paz 2015 ao Quarteto de Diálogo para a Tunísia, uma “mensagem de esperança para o próprio mundo árabe”.
O prelado falava na conferência de imprensa que antecede a peregrinação internacional de Outubro ao Santuário de Fátima. As cerimónias, que têm como tema "Vigiai e Orai", são presididas pelo prefeito emérito da Congregação para os Bispos e também presidente emérito da Pontifícia Comissão para a América Latina, o cardeal italiano Giovanni Battista Re.