A 8 de julho de 2013, o recém-eleito Papa Francisco saiu do Vaticano para a sua primeira viagem. E escolheu um destino altamente simbólico para início do seu pontificado: Lampedusa. Francisco explicou, então, que ficou de coração partido ao ler as notícias sobre “emigrantes mortos no mar; barcos que, em vez de serem uma rota de esperança, foram uma rota de morte” e, por isso, decidiu deslocar-se a Lampedusa "para rezar, para cumprir um gesto de solidariedade, mas também para despertar as nossas consciências a fim de que não se repita o que aconteceu. Que não se repita, por favor!”
Sete anos depois, o Santo Padre assinala a data, mas em versão confinada, devido à pandemia. Na quarta-feira, 8 de julho, pelas 10h00 horas, Francisco celebra a missa na capela da Casa Santa Marta apenas na presença da equipa vaticana que trabalha na Secção de Migrantes e Refugiados do Departamento de Desenvolvimento Humano Integral. A celebração será transmitida "online".
Há sete anos, na homilia que proferiu durante a missa em Lampedusa, Francisco usou palavras fortes para condenar a indiferença de muitos: "Quem é o responsável pelo sangue destes irmãos e irmãs? Ninguém! Todos nós respondemos assim: não sou eu, não tenho nada a ver com isso; serão outros, eu não certamente. Mas Deus pergunta a cada um de nós: 'Onde está o sangue do teu irmão que clama até Mim?'"
"Hoje. ninguém no mundo se sente responsável por isso; perdemos o sentido da responsabilidade fraterna." O Papa também aproveitou a ocasião para pedir perdão “por quem se acomodou e se fechou no seu próprio bem-estar que leva à anestesia do coração”, bem como “por aqueles que, com as suas decisões a nível mundial, criaram situações que conduzem a estes dramas. Perdão, Senhor!”