O Presidente ucraniano rejeitou as acusações de Moscovo de que Kiev tenciona lançar uma "bomba suja" no seu território e acusar a Rússia, como afirmou o ministro da Defesa russo em conversas telefónicas com países da NATO.
"Se a Rússia telefona e diz que a Ucrânia está a preparar alguma coisa, isso significa uma só coisa: a Rússia já preparou tudo. Penso que agora, o mundo deve reagir tão fortemente como possível", declarou Volodymyr Zelensky nas redes sociais.
Zelensky referia-se aos telefonemas feitos pelo ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, aos seus homólogos francês, britânico, turco e norte-americano, alertando de que a Ucrânia estaria a preparar "uma provocação" com uma "bomba suja", contendo elementos radioativos, que faria explodir no seu próprio território para depois culpar Moscovo.
Se a Rússia preparou "uma nova fase de escalada [do conflito], ela deve ver agora, de forma preventiva e antes de mais uma das suas 'manobras sujas', que o mundo não aceitará isso", frisou o Presidente ucraniano.
Zelensky considerou que a ameaça russa de utilizar armas nucleares contra o seu país "é um motivo não só para sanções como para um apoio ainda maior à Ucrânia. (… ) Ainda mais, contra o nosso país, que renunciou ao seu arsenal nuclear", acrescentou.
"Só há uma pessoa que poderá usar armas nucleares na nossa parte da Europa, e essa pessoa é quem ordenou ao camarada Shoigu que telefonasse para algum sítio", defendeu.
Também a Casa Branca reagiu às mesmas acusações sobre uma "bomba suja" da Ucrânia hoje feitas pelo ministro da Defesa russo, num telefonema ao secretário da Defesa norte-americano Lloyd Austin, afirmando a sua porta-voz do Conselho de Segurança Nacional que tais afirmações são "claramente falsas".
Os Estados Unidos rejeitam "as acusações claramente falsas do ministro [da Defesa russo, Serguei] Shoigu, segundo quem a Ucrânia se prepara para utilizar uma 'bomba suja' no seu próprio território", afirmou Adrienne Watson num comunicado.
"O mundo não será enganado em caso de tentativa de utilizar tal acusação como pretexto para uma escalada" no conflito, advertiu.