Os lares estão a debater-se com a falta de funcionários. O problema agravou-se com a elevada taxa de transmissibilidade da variante Ómicron.
Em declarações à Renascença, o presidente da Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso de Idosos (ALI) admite que o trabalho é duro e daí a dificuldade em contratar novos trabalhadores.
“Não é de hoje nem de ontem, já vem de há bastante tempo, porque temos que ter em conta que é um trabalho violento e difícil e é preciso alguma predisposição pessoal para assumir um trabalho destes, e isso não é fácil, realmente”, explica.
João Ferreira realça que o problema “tem a ver, sobretudo, com funcionárias que saem” e a dificuldade em “recrutar novos colaboradores”.
O presidente da ALI diz, por outro lado, que os idosos estão a chegar aos lares com mais idade e mais dependentes, porque muitas famílias estão a esticar, até ao limite, o momento dos idosos irem para o lar, por motivos financeiros.
“As famílias estão a esticar, até ao limite, a altura em que já não há outra alternativa, se não pensar no lar de idosos. Eu percebo isso com as dificuldades económicas que muita gente tem”, diz.
Só que esta realidade tem, depois, reflexos em termos da atividade dos lares. As pessoas chegam mais dependentes e o trabalho de assistência e de cuidados a prestar aos idosos torna-me mais difíceis.
“Os idosos estão a chegar com muito mais idade, muito mais doentes, muito mais dependentes, e, de facto, o trabalho, que já não era fácil, está ainda mais difícil, até em termos de esforço físico - já nem falo no aspeto emocional”, conclui o presidente da ALI.