Gripe A “não ficou mais violenta”, assegura virologista
29-12-2023 - 12:19
 • Liliana Monteiro , Olímpia Mairos

Segundo Pedro Simas, é natural que as pessoas estejam mais atentas às questões respiratórias, nesta altura, porque viemos uma pandemia.

A gripe A, que tem levado muitas pessoas às urgências, não está mais forte nem apresenta uma variante nova. A garantia é do virologista Pedro Simas que, em declarações à Renascença, diz que não há nesta altura evidências de maior gravidade do vírus que circula.

“Há toda uma especulação, e uma excitação e ansiedade, porque tivemos uma pandemia”, nota o virologista, explicando que “a gripe A sempre existiu e nunca desapareceu, nem nunca vai desaparecer e até há dois subtipos de gripe A a circularem neste momento no mundo inteiro”.

Segundo Pedro Simas, a gripe A “não ficou mais violenta e, neste momento, não existe evidência nenhuma no hemisfério Norte, que é onde a gripe A está mais ativa por ser inverno, que o vírus tenha mutado ou tenha desenvolvido uma variação que seja mais violento e cause maior doença, com mais debilidade e que possa levar à morte”.

Na visão do especialista, é natural que todos estejam mais atentos às questões respiratórias, nesta altura, porque viemos uma pandemia.

“A pessoa sente arrepios, sente a dor, sente a febre, todo esse desconforto que nós estamos habituados, estamos um bocadinho mais a atentos a esses sinais clínicos e a esses sintomas, porque viemos de uma pandemia, e tudo o que seja uma infeção respiratória as pessoas ficam um bocadinho mais apreensivas”, assinala, acrescentando que as gripes fortes levam a pessoa a ficar em casa e à cama.

Já quanto ao aumento da mortalidade nesta semana do Natal, com um padrão que não se registava há pelo menos 10 anos, Pedro Simas não quer fazer uma avaliação precoce indicando que há situações próprias da época que podem estar na origem.

“Os óbitos no país estão relacionados com muitas causas, incluindo esta de ser uma altura em que as pessoas se movimentam mais, é uma altura em que há infeções respiratórias e outro tipo de situações, que me fogem, eu sou virologista, portanto, não posso opinar muito em relação a isso”, diz, observando ainda que “pode haver uma altura que possa ser coincidente com a população a envelhecer e haja um maior número de óbitos”.