O presidente do Sindicado dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro (SMAQ) admite à Renascença que os profissionais da CP "obviamente que correm riscos", perante incidentes como o que se registou na linha de Sintra, na semana passada.
António Domingues aponta, contudo, que, apesar dos riscos, os maquinistas não vão deixar de fazer greve, até porque "compete à empresa preservar a integridade física e a segurança da tripulação e dos utentes".
Na sexta-feira, os maquinistas avançam com nova greve de dez dias, mas apenas três vão ser abrangidos por serviços mínimos. O dia 10 de março deverá ser o único com uma verdadeira expressão destes serviços, à volta dos 30%, indica o SMAQ.
A segurança só seria total, refere António
Domingues, se não tivessem sido decretados serviços mínimos e se a greve fosse
total. Contudo, a realidade é outra, e já levou à administração da CP as suas
preocupações.
"Sei que é uma situação delicada, mas devem encontrar-se todos os meios para que a segurança se mantenha. Percebemos que, a partir do momento que se decretam os serviços mínimos, a empresa não tem capacidade de regular o fluxo de passageiros", afirma.
O presidente do SMAQ garante que esta não é uma greve, pela greve" e que o sindicato já não realizava um protesto desta magnitude "há dez anos".
"Fazemos neste momento, porque há uma situação altamente penalizadora. Os indicadores económicos são todos positivos e, contudo, os salários continuam a perder poder real", lamenta.