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A Rússia restringiu o acesso a vários sites de notícias estrangeiras, incluindo a BBC e Deutsche Welle, por divulgarem o que consideram ser “informações falsas” sobre a guerra na Ucrânia.
Segundo a agência Reuters, o Governo de Moscovo acusa os órgãos de comunicação social ocidentais de darem uma visão parcial - e muitas vezes anti-russa - do mundo, ao mesmo tempo que não responsabilizam seus próprios líderes por guerras estrangeiras devastadoras, como o Iraque e a corrupção.
A medida afetou a BBC, Voice of America, Radio Free Europe/Radio Liberty, Deutsche Welle e outros meios de comunicação, entre os quais o jornal online Meduza, com sede na Letónia e liderado pela jornalista russa Galina Timchenko.
A BBC já veio garantir que continuará a fazer o possível para manter o povo russo informado. “O acesso a informações precisas e independentes é um direito humano fundamental que não deve ser negado ao povo da Rússia, milhões dos quais confiam na BBC News todas as semanas”, afirmou.
Além dos órgãos de comunicação social internacionais, também se vão calando as vozes independentes dentro da Rússia. É o caso da Dozhd/TV Rain cuja equipa se despediu direto e deixou em transmissão o “Lago dos Cisnes”, o bailado que todos os canais de televisão russos transmitiram quando a União Soviética colapsou.
Moscovo tem apertado significativamente o controlo mediático. Além dos órgãos de comunicação social que foram suspensos, por serem mais independentes do estado, o Parlamento aprovou esta sexta-feira, por unanimidade, uma punição que pode chegar a 15 anos de prisão para quem der “notícias falsas” sobre os militares russos.
Também há quase uma semana passou a ser considerado proibido usar expressões como “invasão”, “ofensiva” ou “declaração de guerra” quando se referem ao conflito com a Ucrânia.