A greve dos trabalhadores da Saúde desta sexta-feira está a ter uma grande adesão em todo o país e a afetar consultas, exames e cirurgias programadas
Elisabete Gonçalves, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, refere que no turno da noite a adesão foi de 90%.
“Nós temos 90% de adesão dos trabalhadores no turno da noite e a nível nacional a maioria dos serviços trabalhou os serviços mínimos. E neste momento, relativamente ao turno que iniciou às 8h00, os dados que temos aqui do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, é na ordem dos 100%, na área das consultas, das cirurgias programadas e também dos exames de diagnóstico e terapêutica”, diz a sindicalista.
Nestas declarações à porta do Hospital de São José, em Lisboa, a dirigente sindical revelou que o piquete de greve foi impedido de entrar no Amadora-Sintra.
“Já ontem à noite aconteceu isso no piquete da noite que foi no Amadora-Sintra. Não os deixaram entrar. Foram identificadas as camaratas que estavam a fazer o piquete pela polícia e hoje de manhã está exatamente a passar-se o mesmo. É uma situação completamente sem justificação nenhuma, sem palavras, porque na realidade estão a proibir os sindicatos de fazer o seu trabalho”, acusa.
A paralisação, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), foi motivada por reivindicações antigas que continuam sem resposta.
Desde logo, diz Elisabete Gonçalves, “concursos de promoção para o desenvolvimento das carreiras”.
“Há 14 anos que estes trabalhadores estão estagnados sem haver esses concursos de promoção, a questão dos aumentos salariais e da valorização salarial e urgentemente a necessidade de mais contratação de trabalhadores, porque é impossível os trabalhadores da saúde continuarem conforme estão a fazer horas suplementares atrás de horas suplementares que levam a um desgaste imenso”, esclarece.
Na greve de 24 horas, que não inclui médicos e enfermeiros, estão a ser cumpridos apenas os serviços mínimos. Os sindicatos que representam estes trabalhadores foram, entretanto, chamados para uma reunião com o Ministério da Saúde, que se deverá realizar no final de julho.