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Vítor Constâncio descarta responsabilidades na supervisão do Banif e assegura que, enquanto esteve à frente do banco central, não tinha qualquer informação que indicasse que o Banco Internacional do Funchal estava à beira da insolvência.
A resposta aos deputados da comissão parlamentar de inquérito ao Banif chegou na segunda-feira, numa carta de oito páginas, na qual, de acordo com o jornal “i”, o actual vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e antigo governador do Banco de Portugal cita um relatório do FMI de 2008 para se defender.
Constâncio lembra que o Fundo Monetário Internacional afirmava nessa altura que o sistema bancário português era “sólido e bem supervisionado”.
Nessa perspectiva, os problemas com o banco do Funchal só terão surgido depois.
Vítor Constâncio reforça que “não teve qualquer informação" do administrador do Banco de Portugal com o pelouro da supervisão que indicasse os problemas de solvabilidade que haveriam de ser detectados cerca de dois anos depois, ano em que morre o fundador do Banif, Horácio Roque.
Em 2011, ano do pedido de ajuda externa, as contas do banco entram no vermelho e o Governo de Pedro Passos Coelho nacionalizou a instituição, injectando 1.100 milhões, dos quais recuperou 275 milhões.
Em Abril, Vítor Constâncio recusou-se a responder aos deputados justificando que a instituição a que pertence actualmente (BCE) "não presta contas" a parlamentos nacionais, apenas ao "Parlamento Europeu".