Cerca de 500 doentes e médicos do Hospital Indonésio, localizado no norte de Gaza, foram retirados na quarta-feira, numa nova operação coordenada por agências humanitárias, indicou esta terça-feira o relatório diário da ONU sobre o conflito entre Israel e o Hamas.
A retirada foi realizada um dia depois de um ataque ao centro hospitalar ter causado a morte de pelo menos 12 pessoas, afirma o relatório do gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
"(O hospital) continua cercado por tropas e tanques israelitas", diz as Nações Unidas, observando que apenas dois pequenos hospitais na metade norte de Gaza, de um total de 24, permaneceram operacionais.
No sul da faixa, zona para onde foi ordenada a evacuação de civis de Gaza e que também sofre bombardeamentos de Israel, funcionam sete das 11 instalações hospitalares, disse a ONU.
O número de camas hospitalares no território palestino caiu de 3.500 antes do conflito para 1.400.
Os ataques a centros hospitalares, que segundo as forças israelitas são usados como refúgio pelos grupos armados do Hamas, continuaram nas últimas 24 horas, e num deles contra o centro Al Awda, quatro médicos morreram, divulgou na terça-feira a organização Médicos Sem Fronteiras.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) documentou 178 ataques a instalações médicas em Gaza até à data, com pelo menos 22 mortes e 48 feridos entre os profissionais de saúde em serviço.
A ONU recorda que 1,7 milhões de pessoas abandonaram as suas casas devido ao conflito, mais de três quartos da população de Gaza: cerca de 930 mil estão alojadas em escolas e outros centros da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) e 770 mil estão na parte sul.
Nas deslocações de norte para sul da faixa, ordenadas por Israel, constatou-se que há um grande número de menores não acompanhados e de famílias nas quais pais e filhos são separados à força, destaca o relatório.
O documento recorda ainda que pelo menos 53 jornalistas morreram no conflito, dois deles no início desta semana.
O Qatar disse esta quarta-feira que vai ser anunciado nas próximas 24 horas o início da trégua de quatro dias entre Israel e o movimento islamita Hamas, que prevê a libertação de reféns em Gaza e de prisioneiros palestinianos.
Telavive declarou guerra ao Hamas depois de o grupo islamita ter lançado um ataque contra Israel a 7 de outubro, no qual morreram mais de 1.200 pessoas e 240 foram raptadas e levadas para Gaza.