Patriarcado de Lisboa repudia "forma injuriosa" como sacerdote foi tratado em notícia
21-06-2023 - 12:56
 • Olímpia Mairos

O pároco de São Nicolau e de Santa Maria Madalena, em Lisboa, foi afastado preventivamente em março após denúncias por alegados abusos de menores. A investigação “foi arquivada por falta de comprovação da denúncia” e retirada a medida cautelar.

O Patriarcado de Lisboa "repudia a forma injuriosa" com que o padre Mário Rui Pedras, pároco de São Nicolau e de Santa Maria Madalena, em Lisboa, foi tratado numa notícia pela TVI.

“O Patriarcado de Lisboa repudia a forma injuriosa como este padre foi tratado nas legendas que anunciavam a peça emitida pela TVI, no Jornal Nacional de Domingo passado, e acompanha a queixa promovida por este sacerdote”, lê-se no comunicado enviado à Renascença.

O padre Mário Rui Pedras, um dos quatro sacerdotes que o Patriarcado de Lisboa suspendeu do exercício do ministério face a acusações de alegados abusos sexuais de menores, retomou na passada semana a sua missão, depois de lhe ter sido levantada a medida cautelar.

“A investigação relativa a um dos sacerdotes foi arquivada por falta de comprovação da denúncia, tendo o Cardeal-Patriarca levantado a medida cautelar ao sacerdote, que assim pôde voltar a exercer publicamente o seu ministério”, lê-se no documento.

No comunicado enviado à Renascença, é referido que o “Cardeal-Patriarca acompanhou, e continua a acompanhar pessoalmente, todos os processos relativos a estes sacerdotes até estarem concluídos”.

“Os nomes dos padres em causa nunca foram divulgados pelo Patriarcado de Lisboa a bem da presunção da sua inocência e para evitar pré-julgamentos na praça pública”, conclui.

Numa carta dirigida aos paroquianos, a que a Renascença teve acesso, o padre Mário Rui Pedras afirma que a investigação prévia terminou a 12 de junho e adianta que, “dada a inverosimilhança da denúncia”, o instrutor do processo “propôs ao Bispo que fosse levantado o ‘afastamento preventivo’” - uma “medida justa que ontem, dia 14 de junho, foi aplicada pelo Patriarca de Lisboa”, escreve.

"Sofri uma gravíssima injustiça", afirma o clérigo. E assegura: "Compreenderão, certamente, que não me resigne perante esta enormidade e tente encontrar vias legais de reparação."