O Benfica de Roger Schmidt joga três vezes mais do que o da época passada, mas a depressão que marcou a segunda passagem de Jorge Jesus pela Luz confere margem mais do que suficiente ao técnico germânico para que este possa brilhar aos olhos dos adeptos encarnados.
A leitura é do ex-vice-presidente do clube, José Manuel Antunes, entrevistado pela Renascença horas depois do triunfo sobre o Dínamo de Kiev (0-2), na 1ª mão do "play-off" de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.
“De facto, o Benfica joga o triplo por comparação com o que jogava antes, mas vínhamos de uma depressão. Com o Jorge Jesus o Benfica teve o pior futebol dos últimos 20 anos e não podia bater mais no fundo. É fácil progredir muito, porque vínhamos de muito baixo. Há um certo entusiasmo. Estive em Leiria a acompanhar o Benfica com o Casa Pia. Tentarei estar no máximo de jogos; sempre acompanhei o Benfica, mesmo nos momentos maus, mas agora faço-o com outra alegria”, declara José Manuel Antunes.
O ex-dirigente do Benfica está convicto de que o primeiro objetivo da época – a presença na Liga dos Campeões – já não irá escapar aos encarnados.
“Penso que, melhor ou pior, o Benfica está apurado. Falta a segunda parte da eliminatória, não podemos embandeirar em arco, mas o registo que tenho é de que o Benfica é superior, como se esperava. Em casa não vai com certeza perder por mais do que um golo e estamos no bom caminho para estar na liga dos campeões” constata.
Uma lufada de ar fresco, com aroma a milhões de euros
Vão longe os tempos em que estar na grande montra do futebol europeu era apenas uma questão de prestígio. Se confirmar a passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões, o Benfica garante um encaixe financeiro muito próximo dos 40 milhões, a que José Manuel Antunes atribui uma importância redobrada.
“Não sei se não será mesmo determinante, porque nos últimos tempos a situação não estava muito favorável do ponto de vista financeiro. De facto, é uma lufada de ar fresco muito importante; não são só os 40 milhões, é também a possibilidade de somar pontos e ir fazendo mais uns milhões”, assinala o ex-dirigente, fazendo notar que, no plano desportivo, a presença na fase regular da Champions significa para o clube “tentar chegar, pelo menos, aos quartos de final; o estatuto europeu do Benfica permite-lhe isso. Advinha-se não só os 40 milhões, mas uma receita bem maior”, admite José Manuel Antunes.
O Benfica recebe o Dínamo Kiev na terça-feira, na Luz, para a 2.ª mão do "play-off" da Liga dos Campeões. Os encarnados poderão juntar-se a Sporting e FC Porto, qualificados diretamente para a fase de grupos da competição.