E, à terceira sondagem consecutiva com novo líder, a AD ultrapassa o PS na Sondagem das Sondagens, o agregador da Renascença que junta todos os inquéritos de opinião e interpreta tendências, à medida que os estudos são divulgados e publicados antes das eleições legislativas de 2024.
Neste momento, com a sondagem divulgada esta sexta-feira, a AD tem 28,5%, contra 28,2% do PS. Ainda assim, o empate técnico mantém-se: a margem de erro da Aliança Democrática está entre os 26,7% e os 30,4%, enquanto a do Partido Socialista está entre os 26,4% e os 30%.
Luís Aguiar-Conraria, presidente da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho e consultor da Sondagem das Sondagens, salienta que o resultado está em aberto. "Com a percentagem de indecisos que temos, obviamente que o resultado tanto pode ir por um lado como para o outro", avalia.
O economista justifica a ultrapassagem pela AD com os resultados das últimas sondagens. "Para, no nosso filtro, a AD ter passado o PS, quer dizer que as últimas sondagens consistentemente têm dado a AD à frente", declara Aguiar-Conraria, para quem este "já é um movimento consistente".
A mudança deu-se graças à sondagem revelada esta sexta-feira no Nascer do Sol e Euronews, realizado pela Consulmark2, a coligação do PSD de Luís Montenegro com CDS e PPM obteve 30% das intenções de voto, contra 27,3% do PS de Pedro Nuno Santos.
Este foi o terceiro estudo consecutivo em que a AD surgiu à frente dos socialistas, registando 27,7% das intenções de voto - contra 25,6% do PS - no estudo da Intercampus para o Correio da Manhã e Jornal de Negócios e 31,1% - contra 27,1% do PS - no estudo do CESOP e Universidade Católica para a RTP e Público, no final de janeiro.
Nos quatro estudos realizados pela Consulmark2 nos últimos dois meses, a AD e o PSD surgiram sempre à frente do PS.
Aparecimento de voto útil é "natural"
Na Sondagem das Sondagens, o Chega mantêm-se destacado no terceiro lugar e subiu ligeiramente nas últimas semanas, para os 18,5%
No pelotão seguinte, a Iniciativa Liberal tem 5,8% e ultrapassou o Bloco de Esquerda, que tem 5,2%, enquanto a CDU, com 2,8%, tem o Livre cada vez mais perto, que subiu para os 2,7%. O PAN, com 1,6%, voltou a descer nas sondagens.
"É natural que, à medida que as eleições se aproximam, que as pessoas se estejam a definir pelo primeiro-ministro que querem", explica Luís Aguiar-Conraria, que aponta também que "os líderes partidários não têm sido absolutamente claros" acerca dos cenários de governabilidade após as eleições legislativas de 10 de março.
Contudo, o académico avisa que "estas pequenas variações, apesar de serem de estarem a ser consistentes, continuam dentro das nossas margens de erro". Ou seja, "não podermos ter leituras definitivas"
Esta é a primeira vez que o PS não lidera desde que a Aliança Democrática foi criada. É preciso recuar ao início de dezembro, quando Marcelo Rebelo de Sousa formalizou a demissão de António Costa como primeiro-ministro, para ver o PSD à frente do PS na Sondagem das Sondagens.