O presidente da Fundação José Neves sugere a criação de uma quota para jovens nos cargos de alta direção.
“Seria muito interessante pensar num esquema de quotas para jovens nos cargos de alta direção de empresas, na administração pública, numa série de setores”, afirmou, durante a conferência “Em Nome do Futuro: Os desafios da juventude”, organizada pela Renascença e Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Carlos Oliveira explicou que a ideia seria aplicar este esquema por um “período limitado” e avaliar o efeito, lembrando medida semelhante que foi aplicada na igualdade de género.
“Se calhar muitos de nós eramos conceptualmente contra a existência de quotas, mas vemos que o efeito está a acontecer. Se o impacto é positivo, eu diria que conceptualmente é uma coisa que não me agradaria, mas tem efeito. Por isso, ‘why not’?”
Nesta intervenção, lembrou ainda a necessidade de resolver os problemas da juventude, sob pena de o país “envelhecer muito mais rapidamente”.
“A juventude tem de ter solução, senão o país não tem solução”, reforçou.
Apelou ainda a que a sociedade se mobilizasse em torno deste tema e que, enquanto país, “não nos podemos virar só para o Governo como solução para os nossos problemas”.
Sobre o tecido empresarial, o presidente da Fundação José Neves lamentou que “nos últimos 20 anos se tenha assistido à destruição de grandes empresas”, diagnosticando que a economia tem “um défice enorme de médias e grandes empresas”.