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Eram 5h00 quando Carlos Garcia chegou a uma bomba de gasolina, em Lisboa. O posto só abriu às 7h00, mas Carlos preferiu esperar duas horas para garantir que conseguia abastecer o carro. "Isto está-se a tornar mesmo complicado", diz à reportagem da Renascença.
Este é um dos poucos postos de Lisboa que ainda tem gasolina e gasóleo. Antes de abrir, já estava cheio e com a fila de carros a prolongar-se estrada fora. Os funcionários do posto até abriram portas uns minutos mais cedo, mas alertam que não há muito combustível e, por isso, não é certo que todos estes condutores consigam abastecer.
É a repetição do cenário do final de tarde e noite de terça-feira: a corrida aos postos para abastecer o carro, antes que os combustíveis escasseiem.
Carlos teme "o caos total", se a greve dos motoristas de transporte de matérias perigosas não terminar em breve.
Também no Porto, o movimento nas bombas de gasolina aumentou a partir das 7h00, à medida que as pessoas começam a fazer as deslocações para o trabalho. Algumas aproveitam para abastecer as viaturas, tendo em conta a preocupação de que possa deixar de haver combustível nos postos de abastecimento.
"Pelas notícias que tenho ouvido, vai falhar e eu, por cautela, já abasteci", diz um dos condutores à Renascença.
Um outro, que já tinha colocado combustível ontem, voltou esta manhã à bomba de gasolina para atestar o carro. "Ontem gastei 15 euros de gasóleo e vou atestar novamente para não ter problemas nas bombas e não ficar uma hora à espera", diz.
Os funcionários das bombas dizem que o movimento ainda não é anormal para o início da manhã. Contudo, notam uma mudança de consumo. Em vez dos habituais cafés, têm vendido mais combustível.
A reportagem da Renascença constatou que, também no Porto, alguns postos já não têm gasóleo ou gasolina nalgumas bombas.
Da reunião da última noite, entre a Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Mercadorias Perigosas, mediada pelo Governo saiu apenas o compromisso de respeitar os serviços mínimos. A greve continua e a situação pode agravar-se nas próximas horas.
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