De Constâncio a Centeno, partidos chamam dezenas de personalidades à comissão Banif
11-02-2016 - 19:56

Antigos responsáveis do banco, lesados, responsáveis pela supervisão também serão convocados pelos deputados.

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O PSD e o Bloco de Esquerda (BE) apresentaram esta quinta-feira a respectivas listas de personalidades que querem ouvir no âmbito da comissão de inquérito ao Banco Internacional do Funchal (Banif).

A primeira lista a ser conhecida foi a do BE. O partido quer ouvir 28 personalidades entre responsáveis pela administração do Banif, do Banco de Portugal, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), responsáveis políticos e de instituições da Comissão Europeia.

Entre as audições previstas pelo Bloco estão o ex-ministro das Finanças Vitor Gaspar, a sucessora no cargo Maria Luís Albuquerque e o actual ministro das Finanças, Mário Centeno.

Do conselho de administração do Banif surgem os nomes do ex-presidente Jorge Tomé e de Luís Amado, que foi também ministro dos Negócios Estrangeiros do PS.

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o presidente da CMVM, Carlos Tavares, também são chamados a esta comissão.

O PSD também já apresentou a sua lista. Ao todo, os sociais democratas querem ouvir 56 de personalidades, incluindo o antigo governador do Banco de Portugal Vitor Constâncio e, também, os representantes dos lesados do Banif.

Também querem convocar José de Matos, presidente da Caixa Geral de Depósitos, e Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB).

A comissão de inquérito à venda do Banif tomou posse no começo de Fevereiro e esta quinta-feira te lugar uma reunião de carácter técnico, onde é votado o projecto de regulamento da comissão e discutida a metodologia dos trabalhos.

O "avaliar" do "comportamento da autoridade de supervisão financeira, o Banco de Portugal, sobre o caso Banif, é um dos objectivos da comissão parlamentar de inquérito sobre a venda do banco.

O processo de venda, em Dezembro de 2015, é também mote evidente dos trabalhos dos vários partidos, e procurar-se-á fazer "a avaliação de riscos e alternativas" da decisão, "no interesse dos seus trabalhadores, dos depositantes, dos contribuintes e da estabilidade do sistema financeiro".

As audições só deverão ter lugar após o debate do Orçamento do Estado para 2016.