O Sevilha e o Espanhol, dois clubes da La Liga, estão "indignados e preocupados" com a suspeita de pagamento por parte do Barcelona a um antigo vice-presidente do Comité Técnico de Árbitros da federação de futebol do país.
O clube catalão terá pago 1,4 milhões de euros à DASNIL 95, uma empresa de Enríquez Negreira, antigo árbitro que esteve no comité técnico da arbitragem entre 1994 e 2018.
As transferências terão acontecido, pelo menos, entre 2016 e 2018. O tema está a ser conhecido em Espanha como o "caso Negrera".
O Espanhol, o outro clube da cidade de Barcelona, "está alarmado com as informações publicadas. Embora ainda seja a fase de investigação, as implicações para os clubes afetados seriam de tal gravidade que exigem atitudes claras na hora de esclarecer o que realmente aconteceu".
"O Espanhol sempre defendeu o escrupuloso cumprimento da lei e, nesse sentido, pedimos às instituições para tratarem do caso da forma mais rápida e exemplar possível um caso que coloca em causa a reputação do nosso futebol", prossegue.
O Sevilha foi o primeiro clube a pronunciar-se. O emblema da Andaluzia "deseja mostrar a sua preocupação e indignação sobre os dados que, a cada dia, são publicados na comunicação social".
"É absolutamente necessário que se chege ao fundo da questão para esclarecer o que aconteceu e, caso necessário, sejam apuradas responsabilidades. A gravidade das acusações criam dúvidas sobre a integridade do futebol espanhol. O Sevilha pede à federação e à La Liga que promovam todos os procedimentos para facilitar a investigação", acrescenta.
Segundo o filho de Enríquez Negreira, as verbas dizem respeito a um trabalho de assessoria, que consistia em explicar aos jogadores como deviam comportar-se com os árbitros durante os jogos e indicações específicas sobre cada juiz. O Barcelona já confirmou esta versão na última semana.
"O Barcelona contratou no passado os serviços de um consultor técnico externo que fornecia, em formato de vídeo, relatórios técnicos de jogadores de categorias inferiores à secretaria técnica do clube. Depois, a relação com o próprio consultor externo estendeu-se a informações técnicas relacionadas com a arbitragem profissional, a fim de complementar a informação requerida pelos técnicos da equipa principal e da equipa B, uma prática comum em clubes de futebol profissionais."
A primeira investigação ocupa os anos entre 2016 e 2018, mas o acordo poderá ter começado em 2003. Durante dois dos três anos a ser investigados, o Barcelona não teve nenhum penálti contra.