Sabe-se que o consumo de petróleo irá sendo substituído por fontes energéticas menos poluentes. Mas ninguém sabe, ao certo, quando o petróleo deixará mesmo de ser consumido. O que introduz mais um fator de incerteza no mercado petrolífero mundial.
É o jogo da oferta e da procura que vai determinando o preço do barril. Os países da OPEP, produtores e exportadores de petróleo, tentaram subir o preço cortando na sua produção. Mas parece que nem todos cumpriram as quotas. Certo é que a OPEP e os seus aliados, como a Rússia, decidiram suspender progressivamente os cortes na produção a partir de outubro.
Entretanto, neste mês de junho a Agência Internacional da Energia (AIE) baixou, pelo segundo mês consecutivo, a previsão da procura mundial de petróleo em 2024, devido à diminuição do consumo na Europa e nos Estados Unidos e ao forte abrandamento do crescimento económico na China. O consumo petrolífero chinês, que tinha sido de 800 mil barris por dia no primeiro trimestre deste ano, passou a ser de apenas 95 mil em abril.
Assim, os preços do petróleo têm registado uma tendência de baixa desde abril, pressionados por uma oferta superior à procura. O preço do barril de brent não tem ultrapassado os 95 dólares. E os “stocks” de petróleo têm subido.
A AIE prevê que o mercado absorverá uma média de 103,2 milhões de barris por dia este ano e 104,2 milhões de barris por dia em 2025. Sinais de alguma calma no mercado petrolífero mundial, o que é positivo para a economia portuguesa. Mas a calma não deve abrandar os esforços de transição energética, gastando menos de combustíveis fósseis e mais de fontes energéticas renováveis. É aí que estará o futuro.