Os bolseiros de investigação científica vão ter a possibilidade de entrar nos quadros das instituições de ensino superior. PS e Bloco de Esquerda chegaram, esta quarta-feira, a acordo sobre o assunto.
Após um período máximo de seis anos com bolsa paga pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, os investigadores vão ter oportunidade de poder ser contratados.
Luís Monteiro, deputado bloquista, diz que o acordo vai combater a precariedade e garante que a medida tem cabimento orçamental.
“Saímos de um processo difícil, moroso, pelas dificuldades óbvias que o Governo sempre foi colocando em cima da mesa, mas a persistência do BE garantiu a questão fundamental que é: a garantia de que os investigadores vão entrar na carreira de investigação científica”, informou.
O bloquista relembra que a Fundação para a Ciência e Tecnologia é financiada pelo Governo e vai continuar a assegurar verbas para pagar aos bolseiros que venham a ser contratados.
Manifestando satisfação pelo acordo alcançado, o deputado acrescentou ainda que com a entrada na carreira fica garantido o nível 54 da Tabela Remuneratória Única (TRU).
Questionado pela agência Lusa, o ministro da Ciência, Manuel Heitor, escusou-se a comentar o acordo, remetendo para a votação das propostas de alteração ao diploma agendadas para esta quinta-feira, na Assembleia da República, no âmbito da apreciação parlamentar requerida por PCP e BE.
Através deste decreto-lei, em vigor desde Setembro, a tutela pretende substituir progressivamente as bolsas de pós-doutoramento, ao prever a contratação, a termo, por um máximo de seis anos, de investigadores-doutorados. Porém, deixou de fora a integração na carreira de investigação científica, o que tem sido contestado por sindicatos do sector, bolseiros de investigação e trabalhadores precários.