A produção de pera rocha vai sofrer uma quebra acima dos 50% este ano. O alerta é deixado pela Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP), que indica que, se num ano normal a produção fica acima das 200 mil toneladas, em 2023, não vai chegar às 100 mil toneladas.
Os números avançados pelo presidente da associação devem-se à seca e a elevadas temperaturas. Filipe Ribeiro sublinha que esta é uma "situação dramática", tendo em conta que "este é o segundo ano de quebra com grande impacto na vida dos produtores".
“Por um lado, a falta de frio no inverno que leva a que as reservas nas pereiras não se tenham mantido para a época de floração. Por outro, as condições adversas na época de floração em que as flores não se transformam em fruto, há também situações pontuais de falta de água e para finalizar estes dois últimos dias de calor acentuado afetaram a produção em cerca de 20% daquilo que já havia", explica.
Para compensar a falta de produto, a ANP admite que este ano haverá um aumento significativo no preço da pera. "Este ano em concreto não há condições para se oferecer um produto a um valor de qualidade/preço baixo", diz Filipe Ribeiro.
O responsável admite que, a manter-se o cenário de seca, alterações climáticas e elevados prejuízos, há muitos agricultores que podem abandonar a cultura. Os produtores admitem avançar com pedidos de ajuda às entidades oficiais.
A apanha de pera rocha começa já na próxima semana. A maior parte da produção centra-se entre Mafra e Leiria.