O antigo ministro da Justiça brasileiro, Sergio Moro, considera que "a verdade foi dita, exposta em vídeo", perante a divulgação de um vídeo me que o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, aparenta expressar intenção de interferir na autonomia da Polícia Federal (PF).
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello decidiu tornar público o vídeo de uma reunião em que Bolsonaro falou explicitamente em "interferir na Polícia Federal" e que não ia esperar consequências na sua família ou amigos para tomar medidas.
"A verdade foi dita, exposta em vídeo, mensagens, depoimentos e comprovada com factos posteriores, como a demissão do diretor-geral da PF e a troca na superintendência do RJ [Rio de Janeiro]. Quanto a outros temas exibidos no vídeo, cada um pode fazer a sua avaliação", escreveu Moro, no Twitter, em reação à divulgação do vídeo.
Moro deixou o governo brasileiro depois de Bolsonaro ter pressionado para fazer alterações na Polícia Federal do Rio de Janeiro, com o objetivo de interferir na organização, o que viola a independência da Polícia Federal. Bolsonaro alega que só tentou impedir que plantassem provas em casa de um dos filhos. Moro respondeu ao argumento:
"Não cabe ao Ministro da Justiça obstruir investigações da Justiça Estadual, ainda que envolvam supostos crimes dos filhos do Presidente. As únicas buscas da Justiça Estadual que conheço deram-se sobre um filho e um amigo em dezembro de 2019 e não cabia a mim impedir."