A administração de Isabel dos Santos na Sonangol está a ser investigada pela Procuradoria-Geral da República de Angola. Em causa estão transferências monetárias alegadamente irregulares.
Em comunicado enviado à agência Lusa, em Luanda, a PGR refere que o inquérito é dirigido pela Direção Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção e "encontra-se sob segredo de Justiça".
"As conclusões do inquérito serão oportunamente levadas a conhecimento público, sem prejuízo do segredo de Justiça", refere a mesma nota.
Acrescenta que a Procuradoria teve conhecimento da situação através da denúncia pública feita em conferência de imprensa, na quarta-feira, pelo presidente do conselho de administração da petrolífera, Carlos Saturnino, sobre "transferências monetárias irregulares ordenadas pela anterior administração da Sonangol e outros procedimentos incorretos"
O inquérito visa "investigar os factos ocorridos, bem como o eventual enquadramento jurídico-criminal dos mesmos", esclarece a nota da PGR.
O presidente do conselho de administração da Sonangol, petrolífera estatal angolana, denunciou a realização de uma transferência de 38 milhões de dólares (31,1 milhões de euros), pela administração cessante, após a sua exoneração.
Carlos Saturnino, que falava em conferência de imprensa, no âmbito dos 42 anos de existência da petrolífera, enumerou algumas constatações sobre o grupo Sonangol, que encontrou após a exoneração da anterior administração, liderada por Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
Isabel dos Santos foi presidente do conselho de administração da Sonangol entre junho de 2016 e novembro de 2017, até ser exonerada pelo novo Presidente da República, João Lourenço, que colocou Carlos Saturnino na liderança da petrolífera.