O primeiro-ministro garante que até ao final março vão estar vacinadas contra a Covid-19 todas as pessoas entre os 50 e os 65 anos com comorbilidades associadas e cerca de 80% dos idosos com mais de 80 anos.
“Podemos confirmar o objetivo de até ao final de marco termos mais de 80% das pessoas com 80 anos totalmente vacinadas. Podemos assegurar o cumprimento da meta de termos a vacinação integral de todos os maiores de 50 anos, mas com menos de 65 anos e que tenham comorbilidades associadas”, disse António Costa.
O primeiro-ministro falava em conferência de imprensa, no Palácio Nacional da Ajuda, no final da reunião do Conselho de Ministros sobre o novo período de estado de emergência em Portugal, que se iniciará na terça-feira e se estenderá até 16 de março.
António Costa avançou que devido à vacina da AstraZeneca, que continua a não ser recomendada para os maiores de 65 anos, não se vai conseguir alcançar até ao final do março o objetivo de vacinar o número de pessoas suficientes entre os 65 e os 79 anos com comorbilidades associadas.
“Significa isto que ainda estamos relativamente longe do momento em que podemos considerar os grupos de maior risco devidamente protegidos por via da vacinação”, frisou.
O primeiro-ministro disse ainda que Portugal tem "vindo a executar o plano de vacinação e a utilizar todas as vacinas que são disponibilizadas".
Questionado sobre o atraso no plano de vacinação, António Costa explicou que sofreu “alterações significativas” porque há um menor número de vacinas produzidas e a serem distribuídas, além de a vacina da AstraZeneca, que teve peso no lote adquirido pela União Europeia, não ser aplicada a pessoas com mais de 65 anos.
O chefe do Governo disse igualmente que uma das soluções encontradas para cumprir o objetivo de vacinar, até ao final de março, cerca de 80% das pessoas com mais de 80 anos passou por utilizar a margem que a própria farmacêutica identifica para o prazo de inoculação da segunda dose.
Além das vicissitudes com a produção e distribuição das vacinas, o chefe do Governo apontou também como outra das razões para se manter, pelo menos até 16 de março, as atuais medidas de confinamento a “incidência muito elevada da chamada variante britânica entre os novos casos de infeção” em Portugal.
Segundo António Costa, a percentagem de pessoas testadas positivos com a variante detetada no Reino Unido ascende, neste momento, aos 49%.
O primeiro-ministro destacou igualmente “a descida acentuada” de novos casos diários de covid-19.
“Há 15 dias éramos o pior país da União Europeia, estávamos em primeiro lugar no número de novos casos por 100 mil habitantes. Estamos já na décima terceira posição, mas ainda longe de alcançar os resultados que desejamos, disse, acrescentando que “este não é o tempo do desconfinamento”, uma vez que as melhorias registadas “são relativas”.
Na conferência de imprensa, o primeiro-ministro comparou os dados atuais de novos casos de covid-19 e de internamentos nos hospitais com os números que se registaram no país a 04 de maio, altura do desconfinamento depois da primeira vaga, e a 15 de setembro, quando foi declarada a situação de contingência.
De acordo com António Costa, o número de novos casos é hoje quatro vezes superior ao que se registavam a 4 de maio.
Portugal registava a 4 de maio 242 novos casos de covid-19, a 15 de setembro verificavam-se 425 novas infeções diárias e hoje há 1027.
Em 4 de maio do ano passado estavam internados 813 doentes, a 15 de setembro 478 e hoje estão nos hospitais 2404 pessoas.
Já nas unidades de cuidados intensivos, em 4 de maio estavam 134 pessoas, a 15 de setembro 59 e hoje estão 522.
“As medidas adotadas estão a produzir os resultados desejados, mas ainda longe de poder comparar com a situação em que estávamos a 4 de maio e a 15 de setembro”, sustentou.