Papa reafirma vontade em visitar a Turquia em 2025
28-11-2024 - 12:12
 • Ângela Roque

“Tenciono ir lá”, indicou Francisco esta quinta-feira numa audiência aos membros da Comissão Teológica Internacional.

O Papa Francisco pretende deslocar-se à Turquia durante o Jubileu de 2025, para assinalar os 1700 anos do primeiro concílio ecuménico da história. A intenção foi reafirmada esta quinta-feira no encontro com os participantes da Assembleia Plenária da Comissão Teológica Internacional, que está a decorrer no Vaticano.

"Durante o Ano Santo (2025) teremos também a oportunidade de celebrar o aniversário do primeiro grande concílio ecuménico de Niceia. Tenciono ir lá”, sublinhou Francisco, que já em junho deste ano tinha dito ser sua vontade visitar a Turquia a convite do Patriarca Bartolomeu de Constantinopla (Igreja Ortodoxa).

Oficialmente o Vaticano ainda indicou qualquer data para essa eventual visita, que foi admitida pela primeira vez em maio pelo Patriarca ortodoxo quando esteve em Lisboa.

Apelo a uma “teologia da sinodalidade”

Os primeiros séculos do cristianismo foram marcados pelo debate sobre como Jesus poderia ser Deus e homem ao mesmo tempo, e este foi o tema central do Concílio de Nicéia, que se realizou no ano 325 onde hoje se situa Iznik, na Turquia. Para o Papa esse momento “foi um marco no caminho da Igreja e até de toda a humanidade”.

Em Niceia “a fé em Cristo, Filho de Deus feito carne por nós e para nossa salvação” foi considerada “luz que ilumina e dá significado à realidade e ao destino de toda a história”, lembrou Francisco na audiência à Comissão Teológica Internacional, sublinhando que no atual mundo de violência o amor de Cristo é “um apelo à fraternidade”.

“Pôr Cristo no centro significa reacender esta esperança, e a teologia é chamada a fazer isso, num trabalho constante e sábio, em diálogo com todos os outros saberes”, afirmou.

Para o Papa, "num mundo complexo e polarizado, tragicamente marcado por conflitos e violência, o amor de Deus que se revela em Cristo” constitui “um apelo a todos” a serem “construtores de justiça e de paz”, e ensina a verdadeira fraternidade, uma “tarefa ética fundamental”. E apelou ao desenvolvimento de uma “teologia da sinodalidade”, que envolva todos na Igreja.

"Hoje não se pode pensar a pastoral sem esta dimensão da sinodalidade”, disse Francisco neste encontro com os participantes da Assembleia Plenária da Comissão Teológica Internacional.