O presidente do IPO do Porto diz que é preciso "grande investimento e trabalho em rede" na investigação e diagnóstico de doenças oncológicas raras.
Esta terça-feira assinala-se o Dia Mundial das Doenças Raras, das quais 20% são do foro oncológico. Em Portugal, cerca de 24% das neoplasias são da tipologia rara.
À Renascença, Júlio Oliveira refere que, por terem uma menor incidência, são "mais difíceis de estudar".
"A população elegível para participar nestes estudos é menor e isso leva a que haja menor atratividade da próprioa indústria farmacêutica", indica.
As doenças oncológicas raras são um grupo "heterogéneo", em que algumas têm uma boa perspetiva de cura, sendo diagnosticadas numa fase precoce.
"Aqui incluem-se todos os tumores pediátricos e alguns tumores hematológicos", exemplifica.
No entanto, grande parte destas doenças "têm menos oportunidades de tratamento, dado a dificuldade de desenvolver ensaios clínicos".
Existe também uma maior dificuldade em diagnosticar este tipo de condições oncológicas, devido a uma "menor experiência das equipas clínicas".
Já numa perspetiva mais global em relação a doenças oncológicas em Portugal, o presidente do IPO aponta que tem havido um aumento "da incidência, relacionado com a evolução demográfica, ou seja, do envelhecimento da população".
"Há que salientar, no entanto, que Portugal tem taxas de sobrevivência maiores que a média da União Europeia", acrescenta.