O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), manifestou-se hoje preocupado com o plano de mobilidade para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que é da responsabilidade do Governo, assegurando a "ajuda total" do município neste âmbito.
"Estamos obviamente preocupados. Precisamos do plano de mobilidade do Governo, que ainda não está, mas nós estamos aqui para trabalhar com o Governo. Temos ajudado em tudo", afirmou Carlos Moedas, na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, para apresentação do trabalho da câmara nos meses de abril e maio.
Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
"Faltam 42 dias para receber o Papa Francisco. Será o evento das nossas vidas, não tenham absolutamente nenhuma dúvida sobre isso. Um milhão de pessoas em Lisboa será o maior evento de sempre nas nossas vidas. Não houve outro evento comparável", reforçou o autarca, indicando que a JMJ quer ir além da religião, "quer unir todos os jovens a pensar no futuro da humanidade em Lisboa".
Sobre a preparação para acolher o evento, Carlos Moedas assegurou: "Do lado da Câmara Municipal Lisboa, estamos prontos. Do lado da Câmara Municipal de Lisboa, fizemos tudo o que tínhamos a fazer".
Enaltecendo o trabalho do vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem liderado o esforço de preparação da cidade para acolher a JMJ, o social-democrata destacou a construção do Parque Tejo, num terreno que antes era um aterro sanitário, na freguesia do Parque das Nações, que vai ficar na cidade após o evento como "o maior parque verde" de Lisboa, com 34 hectares de espaço verde.
Em resposta a questões do deputado do BE Vasco Barata, o vice-presidente da câmara reiterou a preocupação com o plano de mobilidade para JMJ, que ainda não foi apresentado pelo Governo, e afirmou que o município está a trabalhar com as autoridades de segurança nacionais neste âmbito.
A deputada Angélique Da Teresa, da Iniciativa Liberal (IL), questionou o executivo sobre o plano para a área da higiene urbana, ao que o presidente da câmara informou que esse trabalho de recolha do lixo será assegurado através dos serviços municipais, "com uma grande ajuda das juntas de freguesia", a que acresce a "contratação de 300 pessoas durante 20 dias".
Natacha Amaro, do PCP, manifestou-se preocupada com a falta de informação "mais aprofundada e consistente" sobre a JMJ, que prevê iniciativas no Parque Tejo, Parque Eduardo VII, Alameda Dom Afonso Henriques, Parque da Bela Vista e Terreiro do Paço, considerando incompreensível a incapacidade de criar planos dinâmicos, nomeadamente nas áreas da saúde e mobilidade, que são da responsabilidade do Governo, e defendendo que "é fundamental promover um clima de confiança".
Carlos Moedas afirmou que a JMJ é uma oportunidade para reforçar e investir nos serviços municipais, inclusive na higiene urbana, em que foram adquiridas seis novas varredoras e se prevê "12 mil novos contentores na cidade" e dois novos locais de apoio à recolha do lixo, um perto do Parque das Nações e outro junto ao Parque Eduardo VII.
O autarca realçou a necessidade de trabalhar em coordenação com o Governo e com a Igreja Católica, mas ressalvou que, "no fim da linha, de tudo o que se passar durante esses dias", estará o presidente da câmara para assumir a responsabilidade sobre o que aconteceu na cidade.
O líder do grupo municipal do PSD, Luís Newton, questionou "como é possível o plano de mobilidade ainda não estar definido", defendendo que é preciso fazer pressão complementar aquela que o executivo municipal faz junto do Governo, para "evitar algum pânico social", porque a ideia de encerrar o Eixo Norte-Sul para estacionar autocarros "não é planeamento".