O caso do beijo de Luis Rubiales à jogadora Jenni Hermoso já chegou à Organização das Nações Unidas (ONU).
Em Nova Iorque, numa conferência de imprensa, o porta-voz Stéphane Dujarric diz que "pelo que foi possível ver, não há nenhum indício de que o beijo tenha sido consensual” e afirma que “o sexismo persiste no desporto”.
Reem Alsalem, relatora especial sobre violência contra mulheres, já tinha afirmado antes que Rubiales "abusou do seu poder para agredir sexualmente" Jenni Hermoso.
Já Volker Turk, alto comissário para os Direitos Humanos, espera que caso a envolver o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol seja um "ponto de viragem" no mundo do desporto.
“Temos a responsabilidade de os denunciar, de lutar contra eles e de nos juntarmos a Jenni Hermoso e a todos aqueles que trabalham para terminar com o sexismo e os abusos no desporto”, afirmou.
A Real Federação Espanhola de Futebol, através dos seus presidentes das associações locais, pediu na noite de segunda-feira a demissão do presidente suspenso Luis Rubiales.
"Depois dos últimos acontecimentos e dos comportamentos inaceitáveis que afetaram com gravidade a imagem do futebol espanhol, os presidentes solicitam, de forma imediata, que Luis Rubiales apresenta a sua demissão de presidente da RFEF", refere a Federação, em comunicado.
O presidente da Federação Espanhola já tinha sido suspenso pela FIFA na sequência do beijo à Jenni Hermoso na cerimónia de entregue das medalhas e da taça do Mundial de Futebol, que decorreu na Austrália e na Nova Zelândia.
O Ministério Público de Espanha anunciou esta segunda-feira que vai investigar o chamado caso Rubiales, por poderem estar em causa atos de agressão sexual.
A decisão tem em conta o facto de Hermoso ter garantido publicamente que o beijo em questão não foi por si consentido.