Os casos de malnutrição grave aumentaram no norte da Faixa de Gaza, alerta a ONU, numa altura em está agendada uma nova ronda de negociações no Qatar.
Uma em cada três crianças com menos de dois anos sofrem de malnutrição severa, indicou este sábado a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA).
“A desnutrição infantil está a espalhar-se rapidamente e a atingir níveis sem precedentes em Gaza", afirmou a UNRWA numa publicação nas redes sociais. Os hospitais em Gaza relataram que algumas crianças morreram de desnutrição e desidratação.
Os esforços diplomáticos para chegar a uma trégua vão continuar no domingo. Israel vai enviar uma delegação ao Qatar para conversações sobre um plano para cessar o conflito e libertar reféns em poder do Hamas, avança a agência Reuters.
Em cima da mesa vai estar uma proposta atualizada do Hamas. As conversações terão lugar em Doha e não no Cairo, local das anteriores consultas, e incluirá funcionários egípcios e do Qatar e uma delegação da Mossad israelita, sem a participação do grupo islamita Hamas.
Uma fonte palestiniana no Cairo, também familiarizada com as conversações, disse à agência EFE que o projeto atualizado do Hamas prevê três fases, em vez das duas que tinham sido comunicadas no dia anterior.
A primeira fase prevê uma troca em diferentes etapas e um cessar-fogo temporário com a duração de 42 dias, que mais tarde, na segunda fase, se tornará um cessar-fogo permanente.
O movimento ofereceu também, segundo esta fonte, a libertação de 50 prisioneiros palestinianos por cada soldado israelita vivo. O informador não deu mais pormenores sobre os restantes reféns.
Com o início da segunda fase, o Hamas exige um cessar-fogo permanente antes de qualquer troca de soldados.
Finalmente, na terceira fase, a proposta inclui a implementação de uma reconstrução global da Faixa de Gaza e o fim do cerco.
A guerra em curso foi desencadeada pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita, em 7 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e cerca de centena e meia de reféns, segundo as autoridades de Israel.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza que matou mais de 31.500 pessoas até agora, segundo as autoridades do enclave governado pelo Hamas desde 2007.