Os juízes que estão a julgar Rui Pinto no caso Football Leaks remeteram, no final de setembro, para o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DIAP) um pedido para investigar dois inspetores da Polícia Judiciária.
Hugo Monteiro e José Amador são suspeitos por eventuais práticas dos crimes e falsidade de documento, abuso de poder, falsidade de testemunho, violação de segredo de justiça e falsificação de documento, avança o jornal Público.
O primeiro é suspeito de ter prestado sob juramento depoimentos contraditórios em diferentes momentos do julgamento. Já o seu colega liderou a equipa responsável pela investigação que culminou na detenção de Rui Pinto em Budapeste, havendo a hipótese de o inspetor ter falsificado uma ficha biográfica sua e de ter partilhado informações em segredo de justiça com o advogado Pedro Henriques.
Este pedido de investigação destes inspetores parte do advogado Aníbal Pinto, o segundo arguido do processo. Já outros dois inspetores tinham igualmente sido alvo de extração de certidões no Football Leaks.
Rui Pinto, de 33 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto de 2020, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.