A Volkswagen vai publicar na sexta-feira uma lista de carros diesel que foram alvo de distorção quanto aos gases poluentes. A marca alemã informou que dados de 11 milhões de veículos "com motores tipo EA 189” foram falseados.
A empresa, à qual pertencem outras marcas como Seat, Audi e Porsche, vai especificar na lista quais são os veículos afectados e onde foram vendidos.
O ministro dos Transportes alemão, Alexander Dobrindt, afirmou que a manipulação também afecta a Europa, acrescentando que o número de veículos atingidos com exactidão ainda é desconhecido.
A marca alemã anunciou que vai despedir três executivos no âmbito do escândalo das emissões: o responsável pelas operações nos Estados Unidos e mais dois engenheiros da Audi e Porsche, independentemente destes terem ou não conhecimento da fraude.
O fabricante alemão admitiu que 11 milhões de seus carros a diesel em todo o mundo estão equipados com um software capaz de enganar os testes oficiais de poluição, depois da Agência de Protecção do Meio Ambiente norte-americana ter acusado a empresa de falsear o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes.
Grupo já tem novo presidente
O actual presidente dos carros desportivos de luxo Porsche, Matthias Mueller, foi o escolhido para suceder a Martin Winterkorn como presidente-executivo do grupo Volkswagen, revela o jornal alemão “Handelsblatt”.
Nascido em Chemnitz, na antiga Alemanha de Leste, Matthias Mueller, de 62 anos, formou-se em engenharia de ferramentas e, mais tarde, especializou-se em tecnologias de informação.
O presidente executivo demissionário do grupo Volkswagen, que se demitiu na quarta-feira devido ao escândalo das emissões poluentes, deve vir a receber, entre indemnizações, prémios e pré-reforma, cerca de 60 milhões de euros. De acordo com as regras internas estabelecidas pelo fabricante de automóveis alemão, reflectidas no relatório anual de 2014, o presidente executivo demissionário, Martin Winterkorn, vai receber 28,5 milhões de euros pela sua saída. A acrescentar a este valor, será adicionada uma possível indemnização pela cessação antecipada do contrato, concedida pelo Conselho de Supervisão e cujo limite é fixado no "máximo de dois anos de remuneração", adianta o relatório e contas.
Carros produzidos em Portugal sem “kit” fraudulento
O ministro da Economia garantiu que os automóveis da Volkswagen produzidos na fábrica da Autoeuropa "não tiveram incorporação" do “kit” que falseou o desempenho dos motores relativamente às emissões poluentes.
Pires de Lima, que falava após a reunião do Conselho de Ministros, confirmou já ter falado sobre o assunto com os responsáveis da administração da Autoeuropa, segundo os quais "os veículos produzidos em Portugal, nos últimos anos, não tiveram a incorporação deste 'kit' fraudulento"
O governante acrescentou que o Governo está a trabalhar com o Instituto de Mobilidade e Transportes para efectuar os controlos necessários "para perceber se há alguma implicação para Portugal".