PSP denuncia comentários racistas em publicação e remete para o Ministério Público
19-06-2023 - 19:15
 • Lusa

A publicação em causa era alusiva ao 40.º Curso de Formação de Oficiais da Polícia, e nela era publicada a fotografia de um agente negro, com a descrição “Queres tornar-te Oficial da Polícia? Esta é a oportunidade pela qual esperavas”.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) emitiu, esta segunda-feira, um comunicado a repudiar "qualquer tipo de discurso ou comentários de teor racista e reitera que todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei".

A Polícia remeteu para o Ministério Público e para a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial os factos que apurou e informação que considera ter relevância criminal sobre os comentários.

A publicação em causa era alusiva ao 40.º Curso de Formação de Oficiais da Polícia, e nela era publicada a fotografia de um agente negro, com a descrição “Queres tornar-te Oficial da Polícia? Esta é a oportunidade pela qual esperavas”.

O post, publicado na sexta-feira no Twitter, gerou vários comentários de teor racista. Entre os quais: “o concurso também está aberto a homens brancos portugueses?” e “mudámos para África e eu não sabia”.

Em resposta a estes comentários, a PSP colocou uma nova publicação nas redes sociais, no qual "apela a que todos os cidadãos mantenham um comportamento cívico adequado a contribuir para a paz social”.

A Polícia recorda que "ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual".

"Logo que a PSP tomou conhecimento dos referidos comentários, encetou de imediato diligências no sentido de aferir da existência de ilicitude e da identificação dos seus autores."

Esta segunda-feira foi elaborado um "auto de notícia, já remetido ao Ministério Público, com referência aos factos apurados até ao momento e à informação que se considera ter relevância criminal", pode ler-se na nota.