Os professores vão juntar-se à greve da Função Pública, na sexta-feira, e na lista de reivindicações não levam apenas a recuperação do tempo de serviço congelado, mas também a valorização da carreira e melhores condições de trabalho.
A greve nacional de trabalhadores, convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, acontece na sexta-feira e a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) também aderiu à paralisação.
Depois de um ano letivo marcado por forte contestação para exigir a recuperação dos seis anos, seis meses e 23 dias congelados, a reivindicação continua a motivar protestos, mas os docentes vão para a greve de Função Pública com uma lista mais extensa de exigências, que não se limita ao tempo de serviço.
"Há muitos outros problemas que continuam sem qualquer tipo de resposta, seja total ou parcial, alguns dos quais agravados pelo largo tempo passado sem que os governos aceitem solucioná-los", escreve a Fenprof em comunicado.
A "lista extensa" da federação inclui, por exemplo, a desvalorização salarial, o regime de avaliação do desempenho em que, para os professores, "abundam as quotas e decisões assentes em apreciações subjetivas", ou a precariedade e a falta de apoio a docentes deslocados.
A Fenprof defende ainda a eliminação de "abusos e ilegalidades nos horários de trabalho", a valorização da carreira docente, permitindo atrair os professores que abandonaram a profissão, e a criação de um regime específico de aposentação, insistindo também nas críticas à municipalização e ao regime de mobilidade por doença, que consideram "injusto e desumano".
Além das reivindicações, a Fenprof reconhece que a contestação dos professores deu frutos, por exemplo com a abertura de vagas para a vinculação de mais de 10 mil docentes, a manutenção dos concursos assentes na graduação profissional ou a recuperação do tempo serviço perdido por professores devido às vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões.
Ainda assim, consideram as respostas insuficientes e lamentam que o Governo "tivesse ficado a meio da resolução, não demonstrando vontade, nem coragem política para resolver os problemas".
Depois da greve de sexta-feira, os professores voltam a sair à rua na manifestação nacional da CGTP no dia 11 de novembro e no dia 13, num protesto em frente à Assembleia da República, onde estará a ser ouvido o ministro da Educação no âmbito do debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2024.