O primeiro-ministro francês prepara-se para suspender o aumento do imposto sobre combustíveis previsto para 1 de janeiro. O objectivo é acalmar os protestos dos "coletes amarelos", disseram fontes do Governo à agência Reuters.
Este adiamento, ou mesmo suspensão, deve ser acompanhada de outras medidas de apaziguamento, segundo as mesmas fontes.
A decisão foi tomada na segunda-feira à noite, no Palácio do Eliseu, e deve ser apresentada durante esta manhã aos deputados do partido do Presidente francês, Emmanuel Macron.
O movimento de "coletes amarelos" nasceu espontaneamente num sinal de protesto contra a taxação de combustíveis em França.
As acções de contestação estão a causar grande embaraço ao Governo francês, tendo corrido mundo as imagens dos violentos confrontos entre manifestantes vestindo coletes amarelos e a polícia, no sábado, na emblemática avenida dos Campos Elíseos, em Paris.
As reivindicações dos coletes amarelos não mudaram, mesmo depois do Presidente Emmanuel Macron se ter dirigido à nação há uma semana.
A grande carga de impostos, perda do poder de compra e desilusão geral com o Governo são as queixas mais comuns entre quem está a manifestar nas ruas do país.
As primeiras manifestações dos “coletes amarelos” começaram há semanas, mas o fim de semana ficou marcado por violentos protestos em Paris, incluindo atos de vandalismo no Arco do Triunfo. O monumento, que é símbolo emblemático de Paris e da própria França, foi pintado, o seu museu saqueado e uma estátua partida, à margem dos protestos.
Esta segunda-feira começaram a notar-se os efeitos do bloqueio a instalações da petrolífera Total, com vários postos de abastecimento a esgotar o combustível.
Os últimos dados sobre sábado indicam que 136 mil pessoas se juntaram à mobilização dos "coletes amarelos" e que houve 263 feridos, além de centenas de detidos.