Os profissionais das forças de segurança admitem poder planear formas de protesto durante a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza entre 1 e 6 de agosto, em Lisboa.
À Renascença, o secretário nacional da Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança antecipa que, num encontro nacional que se realiza esta quarta-feira, os profissionais "vão transmitir o que pretendem", admitindo "uma grande manifestação ou mais do que uma manifestação", incluindo durante a JMJ, um evento que vai contar com a visita do Papa Francisco - e que deverá ser a mais prolongada que um chefe do Vaticano já fez.
"Temos que usar todos os mecanismos para que, de facto, o Governo olhe para nós e nos considere. E poderá ser durante esse período para também, a nível internacional, saberem como somos tratados pelos nossos governantes", afirma César Nogueira.
O responsável refere que as forças de segurança foram alertas em janeiro que, entre 15 de julho e 15 de agosto, estes profissionais não vão poder tirar férias.
"Mais um direito que nos foi tirado. Um mês que correspondem a dois períodos em que, normalmente, a grande maioria gostaria de ter férias", aponta.
César Nogueira diz que os profissionais deste setor "estão cansados" de ouvir elogios de governantes que, depois, não passem por "melhores vencimentos e melhores condições de serviço".
E pede que os profissionais de forças de segurança deixem de descontar 14 meses para os sistemas de saúde e passarem a descontar 12 meses.
O secretário nacional da Comissão Coordenadora Permanente acrescenta mesmo que "o Governo não quer resolver" estas questões, por ter uma atitude "economicista".
"Não podemos aceitar isso. Temos vencimentos curtos. O ministro de serviços remunerados que vêm complementar, mas vêm complementar com carga horária", critica.
"Queremos resolver os problemas e estamos abertos sempre ao diálogo. Queremos é que, de facto, nos ouçam e haja uma negociação séria. Se não for para isso, mais vale não reunir. Não podemos aceitar ocupar o nosso tempo com reuniões que não dão em nada", conclui.