O Governo proíbe temporariamente a captura de sardinha com artes de cerco, a partir de quarta-feira, e durante a reprodução da espécie, concedendo apoios para esta paragem que pode estender-se até 30 de Abril, segundo um diploma publicado esta terça-feira.
"A paragem das embarcações decorre pelo período de 30 dias seguidos, a cumprir entre a data de entrada em vigor do presente diploma [quarta-feira, dia seguinte à publicação] e 30 de Abril de 2018", lê-se no Regulamento do Regime de Apoio à Cessação Temporária das Actividades de Pesca com Recurso a Artes de Cerco, publicado esta terça-feira em Diário da República.
A interdição abrange as embarcações licenciadas para operar com artes de cerco na zona 9, definida pelo Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM), que tenham operado, pelo menos, 120 dias nos dois anos civis anteriores à data da apresentação do pedido de apoio, e também as que apresentarem em, pelo menos, um dos últimos três anos anteriores à data de apresentação da candidatura, um volume de descargas de sardinha não inferior a 5% do total de pescado descarregado.
"A interdição do exercício da actividade da pesca referida no número anterior é obrigatória, mesmo no caso de não ser apresentada candidatura ao Regime de Apoio à Cessação Temporária das Actividades de Pesca com Recurso a Artes de Cerco", Lê-se no diploma.
O armador fica obrigado a informar a Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos do período de paragem da embarcação, no prazo máximo de 48 horas após o seu início.
A cessação temporária de actividade da embarcação é comprovada mediante a entrega da licença de pesca na capitania pelo armador, até ao primeiro dia da paragem.
Na portaria, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, explica que o apoio à cessação temporária das actividades de pesca, por um período de 30 dias, é feito com o enquadramento da Regulamentação europeia que prevê um máximo de seis meses de paragem temporária durante o período total de vigência do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP).
Este ano, a pesca da sardinha teve um limite de capturas, em conjunto com outras limitações à pesca com interdição das actividades nos primeiros meses do ano, e restrições às capturas diárias.
"O limite de descargas foi atingido em final de Outubro, determinando o encerramento da pesca da sardinha com artes de cerco", afirma a ministra no diploma.
Dos apoios concedidos à paragem da actividade da pesca podem ser beneficiários os armadores e pescadores das embarcações licenciadas para operar com artes de cerco em 2017, caso a cessação da actividade ocorra integralmente no decurso deste ano, ou em 2017 e 2018, caso a cessação da actividade ocorra, total ou parcialmente, no decurso deste último ano.
As candidaturas podem ser apresentadas pelos armadores junto das Direcções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP), no prazo de 15 dias úteis contados do início do período de paragem.