O primeiro-ministro, António Costa, promete um “desagravamento fiscal” e garante que “há vida para além do Orçamento” do Estado.
No regresso dos debates ao Parlamento, António Costa foi questionado por Cecília Meireles, do CDS-PP, se vai apresentar medidas em matéria de competitividade económica, após o embate provocado pela pandemia.
Na resposta, o primeiro-ministro reforçou que na proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), que será apresentada na segunda-feira, há espaço para um “desagravamento sobre a classe média e apoio fiscal às novas gerações”.
Sobre as preocupações do CDS em matéria de crescimento económico, António Costa considera que há boas condições para haver a “expectativa para ao longo do próximo ano” Portugal ter recuperado da pandemia e regressar aos níveis de 2019.
O chefe do Governo fez também questão de sublinhar que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) "não se limita a ser um livro de cheques".
Mais à frente, questionado pelo secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, António Costa destacou o apoio dos comunistas nos últimos orçamentos e deixou uma garantia.
“Sim, há mais vida para além do Orçamento e é por isso que muitas das matérias que aqui colocou terão resposta no desenvolvimento legislativo da Agenda para o Trabalho Digno, que apresentámos e temos estado em negociação na Concertação Social e que brevemente serão traduzidas em iniciativas legislativas que serão apresentadas na Assembleia da República”, declarou o primeiro-ministro.
“Partilhamos muitas das suas preocupações. Temos dado resposta, em conjunto, a muitas dessas preocupações. Na execução do Orçamento do Estado para 2021, viabilizado devido ao esforço e à luta do PCP, foi possível que um total de 22.500 crianças tenham tido a cresce gratuita”, exemplificou António Costa.
No entanto, o secretário-geral comunista considera "não ficou claro" o compromisso do Governo em acompanhar as preocupações dos comunistas relativamente aos problemas do país, assumindo "inquietação e preocupação".
“A nossa grande inquietação e preocupação é que, de facto, não ficou claro o compromisso em ultrapassar estas dificuldades objetivas que coloquei e, por isso, quando nós reconhecemos o mérito das nossas propostas, o que nos leva à preocupação é que não fomos acompanhados pelo Governo na sua concretização”, disse Jerónimo de Sousa.