Paulo Pereira Cristóvão, ex-dirigente do Sporting, teme que a alegada mentira de Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, sobre a contratação de Tanaka, esconda algo muito prejudicial para o clube.
O "Correio da Manhã" mostra, esta sexta-feira, a procuração assinada por Bruno, que dava plenos poderes ao agente João Pinheiro para negociar o japonês Tanaka, desmentindo o líder leonino. Um negócio que, segundo a denúncia escutada por Pereira Cristóvão, envolveria uma verba a passar por Cabo Verde a reverter para o presidente sportinguista.
"Mentira descarada" que "deveria preocupar"
O documento agora conhecido não surpreende o antigo "vice" do Sporting, em declarações a Bola Branca: "Não é qualquer surpresa, porque eu vi essa procuração. A maior surpresa foi o facto de Bruno de Carvalho ter negado a intervenção de João Pinheiro, neste negócio."
Pereira Cristóvão assinala que Bruno "mentiu descaradamente aos sócios", na publicação na sua página de Facebook, em que negara o envolvimento de João Pinheiro no negócio. "Preocupa-me sobremaneira, não só pela mentira, mas por aquilo que essa mentira poderá esconder e acho que isso deveria preocupar os sportinguistas", sublinha.
O ex-dirigente leonino teme que a alegada mentira não "esconda nada de bom" e remete o caso para os órgãos competentes: "A partir daqui, é um caso de justiça e, internamente, no Sporting, se tivéssemos um conselho fiscal a sério, com certeza que haveria já uma intervenção."
Verba desviada pelo presidente do Sporting
Pereira Cristóvão reafirma, em Bola Branca, que João Pinheiro lhe falou de uma verba da aquisição de Tanaka que seria para Bruno de Carvalho:
"No âmbito da negociação de um jogador, há um indivíduo que assume perante mim e perante terceiros em várias ocasiões que parte daquilo que lhe era cabido, nessa transacção, seria para entregar ao presidente."
"[Se há um] indivíduo que se apresenta munido de uma procuração emitida por esse mesmo presidente, logo tem a credibilidade que essa procuração lhe transmite, e diz as coisas que diz, o que eu tenho de fazer, como qualquer pessoa minimamente de bem, é entregar isto, em forma de exposição, aos órgãos competentes", declara o antigo "vice" leonino.