A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, escusou-se esta terça-feira a esclarecer os motivos do adiamento da sua visita a Angola, remetendo explicações para um comunicado divulgado pelo seu ministério.
"O Ministério da Justiça emitiu um comunicado nessa matéria, que será totalmente auto-explicativo. Tem lá todas as explicações", disse a ministra, quando confrontada pelos jornalistas sobre o adiamento da visita, a pedido das autoridades angolanas, apenas um dia antes de ter início.
Num curto comunicado divulgado esta terça-feira, o Ministério da Justiça anunciou que "a visita da ministra da Justiça foi adiada, a pedido das autoridades angolanas, aguardando-se o seu reagendamento".
"Não há muito mais a dizer, como está dito no comunicado, como o comunicado explícita, a viagem foi adiada e vai haver um reagendamento", respondeu Francisca Van Dunem, que falava à margem do lançamento do livro "40 Anos de políticas de justiça em Portugal".
A confirmação da visita agora adiada foi feita a 10 de Fevereiro, também em Luanda, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Caso se realizasse, a visita aconteceria uma semana depois de o Ministério Público português ter acusado, entre outros, o vice-Presidente de Angola (e ex-presidente da Sonangol) Manuel Vicente, no âmbito da "Operação Fizz", relacionada com corrupção e branqueamento de capitais.
Até ao momento, nenhum elemento do Governo angolano ou do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder) comentou a acusação.
Francisca Van Dunem, escolhida em Novembro de 2015 por António Costa para ministra da Justiça, foi procuradora-geral distrital de Lisboa durante oito anos e fez toda a carreira profissional como magistrada no Ministério Público.
Nasceu em Luanda a 5 de Novembro de 1955, no seio de famílias conhecidas de Angola - Vieira Dias, pelo lado materno e Van Dunem pelo paterno.