A escalada da guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, tem motivado inúmeras iniciativas de oração pela paz. “Face à triste atualidade que vivemos e à necessidade inerente de intensificação de oração pelos mais desprotegidos”, o Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência, da Conferência Episcopal Portuguesa, elaborou uma nova oração, a pedir pelos que “por uma condição de deficiência não se conseguem defender”.
“O objetivo é lembrar que há pessoas no meio desta possível catástrofe humanitária, como diz o Papa Francisco, que têm mais dificuldade de mobilidade e de se defender. Lembrar essas pessoas, rezar por elas e fazer-lhes saber que estão presentes também no nosso coração e na nossa oração”, explica à Renascença Carmo Diniz, coordenadora deste Serviço na CEP, e também no Patriarcado de Lisboa.
Com suporte áudio e vídeo, a oração pretende também ajudar quem tem dificuldades físicas ou intelectuais a rezar com esta intenção específica, e Carmo Diniz espera que todos se sintam convidados a participar. “Os próprios, os cuidadores, todos nós. É para todos. Porque alguns não andam, porque alguns não veem, mas todos queremos pedir a intercessão de Deus para a Paz”.
“Temos um vídeo para se poder ouvir a oração, para as pessoas que não veem, e estamos a pedir ajuda aos vários meios de comunicação social e às várias estruturas da Igreja para a fazerem chegar o mais longe possível, para rezarmos todos”, adianta Carmo Diniz, que não tem dúvidas da importância de se rezar.
“Neste momento, em que estamos ainda com alguma dificuldade em saber como ajudar, responder ao apelo do Papa Francisco, começar pela oração, todos nós, cada um no seu sítio, pode contribuir para tentar minimizar o que já aconteceu e tentar evitar o pior através da oração e da confiança em Deus”, sublinha.
No vídeo divulgado, a oração é lida pela atriz Leonor Belo, de 19 anos, portadora de Trissomia 21 e que foi um dos rostos da JMJ Lisboa, onde integrou o Gabinete de Diálogo e Proximidade do Comité Organizador Local (COL).
“Senhor, tu que dás tudo o que é bom, dá-nos pessoas de paz, dá-nos a paz”, termina a oração que lembra os que não veem, não andam, não ouvem e não conseguem “pensar a paz”.
Esta iniciativa foi inspirada pelo Dia de Jejum e Oração – que se assinalou na última terça-feira, por proposta do Patriarca Latino de Jerusalém -, e pelo pedido do Papa Francisco que convocou uma Jornada de Oração pela Paz para 27 de outubro, evocando a iniciativa que nesse mesmo dia, há 37 anos, o Papa João Paulo II promoveu em Assis.