A Administração norte-americana anunciou esta quinta-feira, perante o Conselho de Segurança, a criação de um observatório de conflitos, que estará particularmente focado nas ações dos líderes políticos e militares russos na invasão da Ucrânia.
Uzra Zeya, subsecretária de Segurança Civil, Democracia e Direitos Humanos dos EUA, defendeu numa reunião no Conselho de Segurança sobre o fortalecimento da responsabilidade e justiça por violações do direito internacional que é "urgente" para as vítimas responsabilizar os perpetradores de violência.
"Infelizmente, não podemos ter uma conversa sobre responsabilização sem mencionar que a Rússia continua o seu ataque não provocado à Ucrânia, onde vimos casas, maternidades e comboios serem atacados, assim como civis a andar de bicicleta. Vimos mulheres e meninas serem violadas e crianças serem levadas para a Rússia e serem colocados para adoção, enquanto a Rússia nega tudo isto", disse Zeya.
A subsecretária recordou que foi para evitar "ataques não provocados à soberania", como o que está a ser levado a cabo por Moscovo na Ucrânia, que o Conselho de Segurança foi criado.
"O mundo está a ver-vos e vocês serão responsabilizados", afirmou Zeya, dirigindo-se aos líderes políticos e militares russos.
Para isso, os EUA anunciaram a criação de um novo observatório de conflitos, com a missão de documentar, verificar e disseminar provas de fontes abertas sobre os abusos de direitos humanos e crimes de guerra cometidos pela Rússia.
"Estas informações serão recolhidas e preservadas em consistência com as normas legais internacionais para ajudar em atuais e futuros esforços de responsabilização, incluindo potenciais processos legais civis e criminais. Esta base de dados de provas ficará disponível para outros esforços que decorram no mesmo sentido, de procurar justiça e responsabilização", declarou Uzra Zeya.
A líder norte-americana não se esqueceu de mencionar "atrocidades que estão a ser cometidas noutros lugares do mundo", tendo referido países como Síria, China, Etiópia ou Afeganistão, frisando que "nem perpetradores, nem as vítimas e os sobreviventes" podem ser perdidos de vista.