Um terço dos consumidores em Portugal fica apenas com 10% dos rendimentos após pagar as contas. A conclusão é de um relatório promovido pela consultora Intrum, que realizou um inquérito em 24 países da Europa.
Inflação elevada, subida das taxas de juro e especulação têm levado à perda de poder de compra, escreve o Diário de Notícias que cita o estudo.
As respostas revelam que seis em cada dez portugueses estão a viver pior do que em 2021.
Mais de 70% dos portugueses entrevistados consideram que as suas despesas fixas estão a evoluir mais rápido do que a sua remuneração. O valor compara com 51% em 2021, traduzindo uma subida de 22% no espaço de um ano.
Com os aumentos das taxas de juro a influenciarem as prestações dos empréstimos das famílias, a taxa de esforço torna-se cada vez maior. Um terço dos inquiridos ficar com menos de 10% do ordenado depois de saldar as dívidas mensais.
Na Europa, um quarto das pessoas pediu dinheiro emprestado ou atingiu o limite do cartão de crédito para pagar contas nos últimos seis meses, em comparação com 27% em 2021.
Já em Portugal, o valor situa-se nos 24%. Dos que atualmente pedem dinheiro emprestado a cada mês, para além da sua hipoteca e cartão de crédito, 37% pedem emprestado mais de 10% do valor dos seus rendimentos e 13% mais de 25%.
No European Consumer Payment Report 2022, promovido pela Intrum, foram inquiridos mais de 24 mil cidadãos europeus.
Um novo indicador da Eurostat revela que Portugal é o país com o décimo salário anual bruto mais baixo da União Europeia. Em média na UE as pessoas ganham mais de 33 mil euros por ano.
Em Portugal, a média é de pouco mais de 19 mil euros, menos 10 mil euros do que é ganho na vizinha Espanha.