O treinador do Sporting lançou o jogo com o Lille, em Alvalade (20h00), na estreia do clube na Liga dos Campeões e abordou também o que é necessário para o crescimento de Viktor Gyokeres. Rúben Amorim falou ainda sobre a importância da Champions e revelou um atraso de Quenda...
Liga dos Campeões
“Para todos os clubes é importante jogar a , por tudo, pelo crescimento da equipa, pela valorização dos jogadores, pelo encaixe financeiro que nos permite não ter de vender mais do que devíamos. Temos provado isso ao longo deste tempo. Não sei se este formato vai ser mais difícil ou mais fácil, não sabemos, nunca jogámos. Acho que é mais apelativo. Aqui permite mais jogos, mais emoção, clubes a jogar contra clubes diferentes. Estamos todos entusiasmados por jogar este formato.”
Pressão na Liga dos Campeões para jovens?
“Temos de olhar caso a caso. O Viktor, é o primeiro jogo que vai jogar na Liga dos Campeões e ninguém vai dizer que não está preparado. Criámos, no ano passado, uma habituação. Acho que o Mortem nunca jogou na Liga dos Campeões, ninguém olha para ele e pensa que não está preparado. É subjetivo. Temos de olhar caso a caso. Na primeira vez que fomos, aí sim, éramos mesmo muito inexperientes. Sinto a equipa ansiosa, mas mais preparada do que naquela altura, também porque me sinto mais preparado para ajudá-los nesta competição. Prevejo jogo difícil, há sempre ansiedade no primeiro jogo. Jogamos em casa. Acima de tudo, as expectativas dos adeptos estão muito altas, temos de saber viver com isso.”
Eduardo Quaresma
“Infelizmente, no treino a seguir ao jogo, fez uma entorse chata, vai estar um tempo fora. Está fora deste jogo.”
Objetivos do Sporting nesta competição?
“Queremos passar à fase seguinte, acho que passam 24. Não penso muito nisso, nesta fase. Queremos ganhar jogos, marcar golos e jogar de uma forma diferente. Olhando para os jogos da Liga dos Campeões, mesmo no ano em que passámos aos oitavos, sinto que temos de jogar de uma forma diferente. É também um objetivo, mas ganhar é o principal… queremos jogar bem e ter mais protagonismo.”
Permite outra visibilidade?
“Para os jogadores, sim. Para o treinador também, mas não procuro isso. Temos vindo a aprender com isso. Aprendi com o ano passado, vivo o momento. Vou pelo que sinto. Tem muito a ver com a minha natureza. Quero ganhar, sou competitivo. Os nossos jogadores também. Tenho plena noção que é uma competição diferente para os nossos jogadores. Eles sentem que isto é uma montra para o passo seguinte, não há como censurá-los. Não quer dizer que queira sair ou que estejam mal, mas sabem que têm uma atenção diferente. Estão preparados.”
Gestão
"Não vai ser possível fazer o que fizemos o ano passado, uma gestão mais a pensar no campeonato e esquecer… não esquecemos, porque fomos eliminados e quando fizemos um excelente jogo na segunda mão contra o vencedor da Liga Europa. aqui ou ali fizemos uma gestão diferente. Sinto que temos mais opções para fazer essa gestão mas apostando em todas as competições, é isso que queremos fazer. É preciso um bocadinho de sorte. Não quisemos usar o Quaresma, que vivia bom momento, veio da seleção e não treinou com a equipa, poupámo-lo, mas no treino a seguir lesionou-se. É preciso ter sorte com as lesões. O Nosso objetivo é ser bicampeoes, ir longe na Liga dos Campeões, o objetivo passa por vencer Taça de Portugal e a Taça da Liga, para isso vamos ter de rodar os jogadores todos e estamos todos preparados.”
Gestão II
“A gestão é sempre feita mais a pensar no que aconteceu para trás. Foi o que aconteceu. Os jogadores foram poupados no Arouca porque tivemos agora três dias sem competição e jogamos ao quarto dia, dá para recuperar, mas há jogadores que não treinaram connosco e tiveram um jogo, dois dias, com viagens. Como o Morita. Essa gestão foi a pensar no que foi feito na seleção e no rendimento que teriam em Arouca. Não foi a pensar para jogar na Liga dos Campeões, isso não vai acontecer.”
As perguntas sobre o futuro a Gyokeres (ao lado na conferência de imprensa)
“Se estou a rir, não me incomoda nada... Acho graça porque vocês já sabem qual vai ser a resposta. É só por isso que acho graça.”
É possível vencer a Liga dos Campeões?
“Isso é viajar bastante longe. O que queremos é que estamos num momento diferente como clube, temos uma equipa diferente, jogamos de uma forma diferente. Não sei quais vão ser os resultados. Vamos jogar contra equipas no mínimo iguais a nós. O queremos ser é competitivos e mostrar que crescemos como clube. Estou um bocadinho mais ambicioso porque acredito que estamos mais preparados neste momento.”
Quenda renovar antes da Champions?
“O Quenda, ansioso, não está porque hoje chegou atrasado à palestra. Adormeceu. Atrasou-se e mora na academia, o que é muito difícil. Por isso é que foi ao túnel duas vezes. Foram dois minutos. Se há jogador que não sinto ansioso é o Quenda. Tudo bem que é um bocadinho muito jovem, [mas] quando sentir a música e o ambiente e vai sentir… não há volta a dar.”
Gyokeres na Champions
“Quero é que o Viktor não se sinta pressionado com todas as perguntas, como se o futuro dele dependesse da Liga dos Campeões. O futuro dele depende mais de melhorar as ações defensivas, a abordagem no seu jogo técnico, saber melhor os tempos do jogo. Os treinadores de topo de certeza que olham para esses momentos em que o Viktor pode melhorar. Em relação à capacidade de fazer golos, à pujança física e capacidade para jogar em qualquer liga do mundo, é muito claro para toda a gente. Não vai ser preciso a Liga dos Campeões. Obviamente, é uma montra diferente. Não quero que ele se sinta pressionado a ter de fazer três golos por jogo para provar alguma coisa a alguém.”
Lille em 3x4x3 e o encaixe no Sporting
“Tem mais a ver com a diferença de campeonatos. O campeonato francês é muito mais dividido, de pressão alta das duas equipas. É muito difícil olhar para o Lille com um ataque posicional mais marcado. Nós, na maior parte dos jogos, estamos em ataque posicional e empurramos o adversário para a sua área. São uma equipa fisicamente muito forte, muito dotada tecnicamente, tem um grande avançado, tem uma grande qualidade. Três centrais muito rápidos, nós temos tido jogadores num bom momento com muita potência e capacidade e vão ter mais dificuldade nesse aspecto. Será um jogo espelhos em que temos de ser inteligentes. Eles jogam daquela maneira do jogo partido todas as semanas, nós não, e isso faz diferença fisicamente. Portanto, o que temos de fazer é guardar a bola e tentar aguentar a bola ao máximo e empurrar o adversário, sabendo que é mais difícil. É um aliciante para amanhã [terça-feira].”
Tiago Santos (jogador da formação que nunca se estreou pela equipa principal
“Não acredito em nada disso [lei do ex e superstições], fico muito feliz pelo Tiago. O Filipe Pedro avisou-nos que estava ali um jogador, mas tínhamos outras opções para as laterais. Chegou a treinar com a equipa principal e o treinador não conseguiu ver o que outros viram, assim como o [Renato] Veiga [agora no Chelsea]. É sempre bom ver que a formação forma o jogador. Os jogadores de formação têm de perceber que às vezes o treinador olham para uns de uma maneira e para outros de outra. Não quer dizer que a vida acaba e passado dois anos estão a jogar na Premier League e vão à seleção sem passar pela equipa principal. É uma coisa boa que os jogadores do Sporting têm de olhar. Ele que seja bem-vindo, que jogue mal e que depois olhe corra bem.”