Cerca de 90% das diligências com arguidos presos foram canceladas esta semana, devido à greve dos guardas prisionais.
O balanço é feito à Renascença por Frederico Morais, do Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional (SNCGP), depois de uma semana de greve que tem dificultado o transporte de presos.
Os guardas prisionais exigem um suplemento idêntico ao que foi atribuído pelo Governo à Polícia Judiciária, melhores salários e uma mudança no sistema de avaliação.
O dirigente do SNCGP refere que, neste momento, apenas os serviços mínimos estão a ser cumpridos e que Lisboa e Porto são as regiões mais afetadas pela greve.
"Estamos com uma adesão de 90% à greve e só se fizeram 10% das diligências agendadas. Os serviços mínimos são todos os julgamentos em que estejam em causa a liberdade de reclusos, extradição de reclusos e consultas médicas como hemodiálise, tuberculose, hepatite, SIDA e Covid-19", detalha.
Frederico Morais garante que, "se não houver respostas positivas do Governo", a paralisação poderá prolongar-se e até "endurecer".
Os guardas prisionais sentem que o direito à greve "é o único trunfo" que têm para ser ouvidos, porque "em diálogo, não resulta, eles prometem, colocam por escrito e não cumprem".