Cerca de duas mil pessoas manifestaram-se este domingo no Rio de Janeiro na favela onde nasceu Marielle Franco, a conselheira municipal assassinada na quarta-feira, e exigiram justiça.
"A voz de Marielle não vai ficar silenciada" foi a palavra de ordem da marcha.
Marielle Franco, uma mulher negra de 38 anos que em 2016 foi eleita vereadora municipal, envolveu-se intensamente contra o racismo e a violência policial.
No regresso de uma reunião sobre a defesa dos direitos das mulheres negras, o carro onde viajava foi abordado por outro veículo e após uma curta perseguição, Marielle Franco foi atingida por diversos disparos na cabeça. O seu motorista também foi morto, e a sua assistente ficou ferida.
A militante, eleita nas listas do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL, esquerda), era natural da favela da Maré, uma das mais violentas do Rio de Janeiro e situada na zona norte da cidade, não longe do aeroporto internacional.
Este bairro com 140 mil habitantes regista desde há vários anos frequentes tiroteios, entre guerras de bandos de narcotraficantes e intervenções das forças policiais.
Segundo o ministro da Segurança, as balas utilizadas no assassinato foram roubadas há alguns anos à polícia.
Na quinta-feira, 50 mil pessoas tinham-se já manifestado no Rio de Janeiro e cerca de 30 mil em São Paulo, enquanto milhares também saíram à rua em diversas grandes cidades do Brasil.