O ministro das Finanças acusa o anterior Governo e o Banco de Portugal de deixarem arrastar a situação do Banif até sobrarem duas alternativas: a resolução ou a liquidação.
Mário Centeno está esta quinta-feira a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito à gestão e resolução do Banco do Funchal, vendido em Dezembro do ano passado ao Santander Totta.
Centeno insiste que a situação do banco poderia ter sido resolvida antes, bastava que o Governo PSD/CDS e o Banco de Portugal o quisessem.
“A falta de assertividade na condução do processo por parte do Governo e do Banco de Portugal é visível nos sucessivos adiamentos, na incapacidade de substituir a administração do Banif, na ausência de tentativas de trazer soluções de mercado. Depois entramos na fase da saída limpa, que foi seguida pela fase eleitoral de ausência material do 19º Governo da liderança do processo”, disse.
O ministro das Finanças sublinhou, por diversas vezes, que foram, de facto apresentados oito planos de reestruturação do Banif, todos chumbados pela Comissão Europeia, contrariando a antecessora Maria Luis Albuquerque que, nesta mesma comissão, afirmou que se tratava de versões do mesmo plano. Centeno recusa entrar em discussões semânticas.
“Era bom que nos deixássemos de semânticas porque quando é apresentado um plano de reestruturação e a seguir se apresenta um outro plano de reestruturação, que se pode considerar uma versão alterada do plano anterior, na verdade estamos a apresentar um plano de reestruturação novo e não foi com certeza porque o outro foi aprovado. E como em português o contrário de aprovado é chumbado, acho que nos poderíamos aqui entreter com questões de semântica, mas não é útil para ninguém”, acrescenta.
A audição a Centeno ainda decorre no Parlamento.