Portugal desceu três lugares no índice mundial de competitividade, que junta 61 economias de todo o mundo, e foi ultrapassado pela Turquia e pela Letónia.
No estudo anual, divulgado pela escola suíça de gestão IMD Business School, Portugal, que ocupava no ano passado o 36.º lugar, escorregou para 39.º, e foi suplantado pela Turquia, que passou de 40.º para 38.º país mais competitivo do mundo.
Alguns dos avanços mais significativos da Europa aconteceram nos países de leste, nomeadamente na Letónia, Eslováquia e Eslovénia.
As economias da Europa ocidental também continuaram a progredir, com os investigadores a realçarem o papel do sector público na recuperação pós-crise financeira.
Este ranking mostra igualmente que os Estados Unidos deixaram de ser a economia mundial mais competitiva, tendo sido ultrapassados pela China/Hong Kong, que ocupa agora o primeiro lugar, e pela Suíça.
O 'top 10' dos países mais competitivos integra ainda Singapura, Suécia, Dinamarca, Irlanda, Holanda, Noruega e Canadá.
Taiwan, Malásia, República da Coreia e Indonésia também sofreram descidas significativas face às posições que ocupavam em 2015.
Falta de eficiência do Governo
Na análise do economista João Cerejeira, que observou os critérios do estudo da IMD Business School, a descida eficiência do Governo em matéria fiscal e de finanças públicas é a principal causa para a queda de Portugal.
“O que está a contribuir, de acordo com os critérios do estudo, para a descida de Portugal no ranking tem a ver com a eficiência ao nível do Governo, com um peso grande na política fiscal, com o peso que os impostos têm vindo a ter na economia portuguesa e ainda uma distância relativamente ao que seria desejável em termos de equilíbrio das finanças públicas”, explica o economista da Universidade do Minho, em declarações à Renascença.
Cerejeira considera que esta descida no índice de competitividade “afecta a imagem de Portugal”, mas sublinha que essa queda reflecte apenas um ano, lembrando que o país continua com o índice acima da média dos últimos cinco anos.
“Convém olhar para os últimos cinco anos. Apesar de tudo, estamos numa posição no ranking melhor do que em 2012, 2013 e 1014. O que se deu foi uma melhoria forte no ranking de 2014 para 2015, mas, relativamente aos últimos anos, está claramente acima da média”, observa o economista.
[notícia actualizada ás 10h30 com a análise do economista João Cerejeira]