Paulo Portas foi, por duas vezes, líder do CDS-PP, mas, numa nota enviada à Renascença, faz questão de dizer que, em Adriano Moreira, falecido na manhã deste domingo aos cem anos, os democratas-cristãos tiveram "o mais ilustre dos presidentes".
O antigo vice-primeiro-ministro e atual comentador televisivo refere ainda que "Portugal perdeu um sábio. Um dos nossos maiores sábios", que "o Estado português perdeu um estadista. Um dos nossos melhores" e que "muitos Portugueses perderam uma referência essencial".
Amigo pessoal de Adriano Moreira, o ex-líder do CDS refere-se ao antigo académico e governante como "um príncipe da política, um pensador da diplomacia e um teorizador da segurança com tributo decisivo à preservação da paz".
Para além disto, segundo Portas, o antigo ministro do Ultramar de Oliveira Salazar era "um cristão empenhado e um seguidor da doutrina social", ou ainda "um reformador quando a inércia era dominante e um institucionalista quando a desordem era triunfante".
Tendo atravessado a política ativa desde o Estado Novo até à Democracia, Adriano Moreira é fixado por Portas como um "humanista e aberto ao mundo, foi sempre, do início ao fim, um patriota que considerava Portugal um dever", acrescentando que "a lusofonia sabe que ele foi um aliado fundador e visionário".
"Muitos Portugueses perderam uma referência essencial", refere o antigo governante. "Os seus alunos lembram o grande Professor" e "os seus leitores recordam o magnífico autor". Mas de ex-líder do CDS para ex-líder do CDS, de amigo para amigo, que teve "a honra e a felicidade de o ser", Paulo Portas desabafa que perdeu "um mestre magnífico, um conselheiro presciente, um notável conversador".
Na nota de pesar lê-se ainda que "Adriano Moreira deixa um legado profundo e a essa memória nunca será demais prestar homenagem", deixando um remate "aos muitos que o queriam e a todos que o respeitavam, e à sua querida família com tantas gerações, uma palavra de condolências e de grande amizade".